quinta-feira, 4 de setembro de 2014

“Eu não sou eu mesmo”: considerações sobre a construção e aplicação da sequência de aulas sobre máscaras africanas



“I am not myself” é o título que introduz um livro em inglês, “African Masks: the Barbier-Mueller collection” de Hahner-Herzog et al., sobre as máscaras africanas, publicado em 2007 pela editora americana PRESTEL. Esta frase está intrinsecamente relacionada ao nosso projeto sobre o papel das máscaras na cultura de diversos povos africanos. A sentença contribui para pensarmos o uso das máscaras como manifestações artísticas e culturais, como elementos de tradição e para uso ritualístico.

É uma elocução curta, mas de grande expressão que parte do pressuposto que, quando fazemos o uso das máscaras, transcendemos a nós mesmos. Este objeto serve para que o indivíduo saliente uma parte de si, e não apenas para esconder-se. Ou seja, libera-o para que seja algo que quer ser e não para negar algo que ele seja.

Esta é uma discussão importante para respaldar a sequência de aulas que um grupo dos pibidianos aplicarão pela primeira vez na Escola Estadual João Dantas Filgueiras, da cidade de Três Lagoas-MS. Pensamos comumente que o historiador trabalha com fragmentos, com pistas, para construir hipóteses. Por isso, o que define o documento é a pergunta do historiador, e é nos atendo a essa consideração que chegamos à conclusão que é preciso colocar o aluno em contato com o documento (as máscaras) e pedir que ele o interrogue e o investigue, pois é uma fonte histórica passível de análise, e ao mesmo tempo é um instrumento didático para a compreensão de determinados processos históricos.

Acima de qualquer objetivo, visamos favorecer a compreensão dos alunos acerca do papel das máscaras na tradição de alguns povos africanos e do povo Kuba em particular, como parte de manifestações artísticas e culturais, por meio da análise de máscaras. Desta maneira, valorizamos a autoestima dos afrodescendentes, mobilizamos conhecimento histórico sobre as manifestações culturais africanas e quebramos preconceitos relacionados à produção cultural africana.

Máscaras africanas


Por Rafaely Zambianco

Andamento do projeto “O papel das máscaras entre os povos do Reino de Kuba estabelecidos no atual sudeste da República Democrática do Congo”



No dia 02 de Setembro os alunos reuniram-se para discutir questões pertinentes relacionadas ao projeto e à construção da sequência didática sobre máscaras africanas. No dia 02 de Setembro os alunos reuniram-se para discutir questões pertinentes relacionadas ao projeto e à construção da sequência didática sobre máscaras africanas. Os alunos que participam desse projeto são: a estagiária Mariely Zambianco, e os pibidianos Iyuithi Marinho Sumi, Elenísia Maria de Oliveira, Pedro Henrique Rosa, Samara Gobira, Rafaely Zambianco e Renuza Gonçalves.
Na pauta da reunião foi discutido a organização da produção de pranchas das imagens de máscaras africanas. Estabeleceu-se que, por enquanto, daremos continuidade à ideia de produção de máscaras com papel e colagem ao fim da sequência Neste sentido, para minimizar o tempo a ser gasto nessa atividade, decidimos fazer nós mesmos diversos moldes semi-prontos de máscaras em diversos formatos (redondas, compridas, retas de 180 graus...), ou seja, deixar as quinze primeiras camadas já feitas e secas, assim os alunos poderão escolher o que preferirem, acrescentar mais as cinco últimas camadas de papel imerso em cola, formando detalhes relativos ao formato e expressão, como escarificações, olhos saltados, bocas finas ou grossas, sorrisos.. Não estabelecemos, contudo, quando produziremos as máscaras semi-prontas.
Listamos também os materiais necessários para dar personalidade às máscaras, como miçangas, barbantes, tampa de garrafas, etc.
Para facilitar o entendimento dos alunos e otimizar tempo, produziremos um vídeo de passo a passo para a produção das máscaras, assim poderemos nós mesmos ter mais conhecimento do processo, bem como das dificuldades que nos ajudará a pensar na disposição das aulas, além disso as máscaras prontas constituirão modelos a inspirar os alunos.
Definimos que ficarão dois responsáveis pela fotografia, e na produção do vídeo todos os pibidianos e estagiários envolvidos no projeto irão colaborar. Também definimos que reuniremos todas as quintas às 13:30 horas. É um ponto muito importante nesse trabalho coletivo.
Estabelecidas todas essas diretrizes, iniciaremos a aplicação na segunda-feira seguinte (dia 08). 

Alunos que participam do projeto organizando material da sequência didática.


Por Raaely Zambianco

Oficina prática de produção de máscaras na Escola Estadual JODAFI


No dia 25 de Agosto o PIBID-História organizou e participou de uma oficina de máscaras ministrada pelo artista local e ator Leandro Cazula, diretor do grupo Identidade de Teatro de Três Lagoas, na Escola Estadual João Dantas Filgueiras. O encontro contou com a participação do coordenador do PIBID-História, Professor Lourival dos Santos e todos os “pibidianos”, também da diretora e da coordenadora da escola, além de alguns professores, funcionários e alunos.
A importância desta oficina dá-se pelo contato com a arte, com a produção artística e como exercício para dinamizar a aprendizagem. Também como uma forma interdisciplinar de estudo. O principal objetivo fora pensar as três funções do uso das máscaras: 
1) Como fonte histórica plausível de análise
2) Como linguagem cultural específica de povos africanos
3) Como instrumento didático
Assim encerrou-se a oficina com o passo-a-passo da construção das máscaras. Em seguida, a atividade consistiu na organização de todos os presentes para a produção individual de máscaras com os materiais indicados.

Participantes da oficina produzindo máscaras.



Por Rafaely Zambianco

Inserção na Prática da Escola Quilombola Antônio Delfino Pereira: Primeiros Passos

Alunos e alunas do 1º Ano "A" e "B" assistindo o filme do "Kiriku e a Feiticeira". Em resposta as ações...