sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL e FELIZ 2012

A tod@s que nos acompanharam em 2012 desejamos um ótimo fim de ano e 2012 cheio de realizações. Oxalá possamos compartilhar juntos um mundo com menos preconceitos.
Estamos entrando em férias e as postagens nesse período ficarão reduzidas.
Abraço a tod@s

Lourival e equipe do Baobá do Cerrado

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sony deverá pagar indenização por racismo em música de Tiririca

7/12/2011 - 08h48

A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio manteve na última quarta-feira decisão que condena a gravadora Sony Music a pagar indenização retroativa a 1997 por causa da música "Veja os Cabelos Dela", composta pelo agora deputado Tiririca (PR-SP).
A ação foi movida por dez ONGs do movimento negro, que diziam que a canção --lançada por Tiririca em 1996, em disco que vendeu cerca de 250 mil cópias-- tem conteúdo racista. "Essa nega fede, fede de lascar/ Bicha fedorenta, fede mais que gambá", diz um dos trechos da canção.
A Sony foi condenada em 2004 a pagar indenização de R$ 300 mil, com correção monetária retroativa a 1997, quando o processo foi ajuizado.
A gravadora recorreu, pleiteando que a correção contasse a partir da data da condenação, mas perdeu em julgamento na 16ª Câmara Cível do Rio, em março passado. Novo recurso da Sony foi rejeitado na quarta-feira. Segundo as partes, não cabem mais recursos.
A indenização, que deve ser destinada ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, administrado pelo Ministério da Justiça, foi calculada a partir do lucro com as vendas do disco.
O valor era de cerca de R$ 1,2 milhão, na decisão de março passado, mas segundo Humberto Adami, advogado dos autores da ação, aumentará, pois será calculado novamente, acrescido da correção dos últimos nove meses.
Tiririca, que não era réu no processo, não tem mais contrato com a Sony.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo

Pessoal para quem ainda não viu a notícia abaixo, leiam.  A moça denunciou a escola na delegacia de crimes raciais. Sem querer pré julgar a escola, sabemos que é muito difícil provar a denúncia. De qualquer forma, corajosa foi a moça ao fazer a denúncia. Imagino as retaliações que pode estar eventualmente passando.
A notícias saiu em portais importantes como o UOL e deu até no Jornal Nacional da TV Globo.
Que a situação sirva de exemplo para que os afrobrasileiros não fiquem calados diante de discriminações como essa.
07/12/2011

Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo

Tatiana Santiago
do Agora
A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19 anos, diz ter sido vítima de racismo no local em que trabalha, no Colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin (zona sul de SP).
Segundo ela, a diretora da unidade quis forçá-la a alisar os cabelos para "manter boa aparência".
Ester disse que sofre discriminação por ser negra e ter cabelos crespos.
Conta que, em seu primeiro dia de trabalho como assistente de marketing, em 1º de novembro, a diretora do colégio a chamou em uma sala particular e reclamou de uma flor em seu cabelo --pediu para deixá-los presos.
Segundo a estagiária, dias depois a diretora a chamou novamente e reclamou do cabelo.
Teria falado que compraria camisas mais longas para que a funcionária escondesse seus quadris.
Resposta
Em nota, o colégio Internacional Anhembi Morumbi afirma que possui um modelo de aprendizagem inclusivo, que abriga professores, estudantes e funcionários de várias origens e tradições religiosas.
O uso de uniformes por alunos e funcionários é exigido para que o foco da atenção saia da aparência.
Questionado se a diretora mandou a jovem alisar o cabelo, o colégio limitou-se a dizer que a direção e o restante da equipe nunca tiveram a intenção de causar constrangimento.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

2ª enquete do Baobá do Cerrado: África pobre?

Nossa equipe quer saber de nossos leitores se eles concordam que a África é um continente pobre. E se, concordam, quais seriam os motivos? Poste sua resposta e não deixe de se identificar.
Axé!

Lourival

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ter paciência é algo que me falta, mas que eu to caminhando para conquistar

Meu nome é Josi, tenho 18 anos e estudo no 1º ano do Ensino Médio na escola João Dantas Filgueiras.
Eu sou nascida aqui em Três Lagoas, venho de uma família legal, sou filha de um guarda municipal e de uma dona de casa, que faz artesanato de crochê e tapetes para vender e tenho uma irmã de 10 anos, que estuda no 5º ano. Nós duas temos umas briguinhas às vezes, pois ela é a caçula e a atenção em casa vai sempre para ela e eu fico com ciúmes, mas a gente supera.
[...]
Na verdade o meu pai não é muito presente, ele está em casa todos os dias, mas o contato com a gente é meio distante, quando eu era menor sentia falta dele, porque os pais dos meus amigos são presentes, unidos, mas hoje eu já não ligo mais, contornei essa situação.
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Meu relacionamento na escola é meio complicado, ainda mais que com os meus amigos eu sou extrovertida, mas ao mesmo tempo consigo ser ciumenta, nervosa, autoritária e isso complica a situação. Principalmente porque eu tenho muito ciúmes da Lígia que é minha melhor amiga.
[...]
Me apeguei muito na Lígia porque na sala eu e a mais uma menina, somos as únicas evangélicas e por isso tem um pessoal da sala que faz umas brincadeiras preconceituosas na sala, o que faz com que eu não converse muito com as outras pessoas das salas.
[...]
A religião é o fator principal na minha vida, lá eu aprendo muita coisa, principalmente a ter paciência, que é algo que me falta, mas que eu to caminhando para conquistar, para poder conviver em grupo.
[...]
Eu já tive vários problemas por ser negra, principalmente na escola. Quando eu vim estudar no João Dantas, eu estava no 5º ano, percebi que tinha umas pessoas que eram da minha cor, mas que as populares eram brancas e ninguém nunca reparava nisso. Outra coisa que aconteceu é que essas pessoas colocavam apelidinhos em mim, uns apelidos que eu nem consigo mais lembrar. Esses apelidos só pararam quando os meus pais vieram aqui na escola, porque eu não conseguia estudar direito. Tive que ir conversar com a diretora, que puniu os meninos que me apelidavam na época.

            Normalmente eu nunca tive muitos problemas por ser negra, só quando eu era menor, porque a minha mãe é mais clara, ela não é branca , é mais puxada para o amarelo. O meu pai quem é negro, assim como eu. Minha irmã puxou mais para a cor da minha mãe. Por eu e meu pai sermos os únicos negros lá de casa, ele costumava dizes que eu era a filha bastarda dele. Por isso eu não gostava muito da minha cor não, mas hoje eu já me acostumei. Tanto que meus problemas com autoestima são mais pelo meu peso, a minha cor não me incomoda mais.
Ser negra deixou a minha infância um pouco conturbada, porque na família da minha mãe são todos brancos. Minha avó teve 6 filhos e minha mãe é a única mulher e casada com um negro. Os meus primos são todos brancos, tem até alguns de olhos verdes, ou seja, eu sou a única neta da minha avó negra, por isso meus primos tiravam muito sarro em mim.
           Acho que o pior nessa época era que minha mãe trabalhava muito para ajudar o meu pai a terminar de construir a nossa casa, ela só estava comigo durante o jantar e não me dava muita atenção, o meu pai também trabalhava até a noite, então eu passava muito tempo com a minha avó. Acho que na minha vida a minha mãe teve papel de pai e minha avó de mãe. Na minha infância eu brinquei bastante, fiz arte, mas faltou algo.
          [...]
          Eu não ligo muito para os apelidos que tenho por causa de minha cor, claro que se forem pessoas que eu conheço ou que eu perceba que me chamam assim, sem a intenção de me provocar. Tem um amigo aqui da escola que ele me chama de “aviãozão”, “nega”, “morena”, o pai desse meu amigo me chama de “preta”, “pretinha” ou “Josi mocoronga”, mas é na brincadeira. Meu namorado também me chama de “pretinha”. Eu tenho um tio que por causa do meu peso me chama de “tutão” ou “pejo” por que é o nome de um carro que tem um amortecedor largo. Eu não ligo para esses apelidos até porque acho o meu nome complicado, eu gosto mesmo que me chamem de Josi ou de Jô. Mas se é uma pessoa estranha me chamando por esses apelidos eu vou achar estranho.
            [...]
Durante minha vida escolar eu reprovei 3 anos. A primeira vez assim que eu entrei na escola, depois no 7º e no 9º e todas às vezes foi por causa da matemática. Não me dou bem com matérias exatas, as que mais gosto são Língua portuguesa, Literatura, Inglês e Geografia. História eu até gosto, mas depende muito da história, se não eu não gosto.   
          O meu primeiro dia de aula no João Dantas eu briguei. Quando eu cheguei na sala já me irritei porque não tinha carteira na frente, só no fundo e eu odeio sentar no fundo, porque eu já converso demais, se sento lá no fundo não preto atenção em nada, além do mais, as piores companhias estão sentadas no fundão. Outra coisa que me incomodou é que o pessoal na sala já tinha seus grupos fechados, é bem aquela coisa de filme, ter lugar para sentar até tem, mas parece que ninguém quer você ali.
          [...] Na saída para o intervalo, como de costume, todo mundo fica grudado na porta. Quando eu fui tentar passar uma menina me fechou e eu a empurrei tão forte que ela acabou batendo com a cabeça. Ela ficou brava e disse que ia me bater, como não sou de levar desaforo para casa, falei para ela me bater ali mesmo. Ao entrar no banheiro, essa menina chegou puxando o meu cabelo, não teve jeito nós começamos a brigar.
Essa menina é bem branquinha e durante a briga ela me chamava de preta e outras coisas que me ofendiam por causa da minha cor, isso me deixou com mais raiva ai que eu batia mais, acabei até quebrando o nariz dela. Por essa briga eu quase fui expulsa da escola no meu primeiro dia de aula, isso só não aconteceu porque minha mãe me defendeu. Só sei que essa história da briga deu até polícia, porque a mãe da menina era barraqueira e queria bater na minha mãe, mas no fim deu tudo certo.
[...]

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Relato 7ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)


           No dia 5 de setembro de 2011, foi colocado em prática a última aula da seqüência didática com o 3ºano do Ensino Médio. Nessa aula os alunos entregaram a atividade proposta na aula anterior.
            Entregamos para eles uma ficha de auto-avaliação em que muitos se mostraram coerentes com o que consideram de aprendizado. Nessa ficha estavam os critérios de avaliação, os mesmos que foram entregues no primeiro dia de aula. Por ser uma turma  madura e na aula 5 pontuamos cada um desses critérios, discutindo o que esperávamos que eles tivessem aprendido com a sequência, achamos pertinente que fizessem essa auto-avaliação.
            Para terminar essa seqüência, iniciamos a orientação com os vídeos que eles deverão entregar no fim do ano para expor durante a semana da consciência negra.
            Essa foi nossa última aula no 3ºA, uma sala que se demonstrou a priori ser apática, mas que durante as atividade nos surpreendeu por sua maturidade em lidar com as dificuldades encontradas durante a sequência e verdadeira preocupação em aprender o conteúdo aplicado, ao notar que mesmo nós sendo estagiários não estávamos ali apenas de passagem mas sim para contribuir em sua formação.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobre bullyng na escola: vitima e perpetrador

Depois da tragédia na escola do Rio de Janeiro, passamos a discutir o bullyng (assédio) na escolas. Vejam que interessante o vídeo abaixo que ouviu o "outro lado da história". Relembro que chamar colega da escola de macaco, zombar do cabelo bombril e da "nega fedida" são posturas de bullyng bem comuns em nossas escolas e que tem alvo certo: crianças e adolescentes negros, tema desse blog. Apreciem e divulguem.
Prof. Lourival

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Relato 6ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 31 de agosto de 2011, a seqüência didática foi continuada em sua 6ª aula. Devido as dificuldades encontrada nas atividades dos alunos, retomamos os critérios de avaliação com o grupo, abordando cada um deles. Esse momento houve bastante participação dos alunos, que apresentavam não ter conhecimento sobre as implicações desses critérios.
Por terem relatado que não sabiam fazer sistematização na aula anterior, foi entregue para eles um modelo de sistematização feita por nós em que abordávamos todo o conteúdo debatido até aquele momento da seqüência. De maneira expositiva recuperamos o conteúdo, enfatizando os pontos que os alunos tiveram maiores dificuldades.
Após esse momento esperávamos que eles tirassem suas dúvidas, mas apenas uma aluna nos questionou sobre o processo de localização do tempo histórico. Como tivemos problemas em explicar de maneira simples, ou melhor, de uma forma que eles aprendessem. Houve a intervenção do orientador de estágio obrigatório, que avisado sobre nosso problema de avaliação com a sala foi assistir a aula, nos orientou a fazer três linhas do tempo: uma para a História do Movimento negro, outra para a Luta dos Direitos Civis nos EUA e outra com a Ditadura Militar (1964 – 1985).
Os alunos demonstraram melhor compreensão sobre suas dúvidas. A partir disso propusemos outra atividade em que os alunos deveriam produzir um texto relacionando todos os conteúdos abordados na seqüência que foram: Luta pelos direitos civis no EUA, Ditadura Milita (1964 – 1985) e a História do Movimento entre 1960 a 1980. Essa atividade deverá ser entregue na próxima aula. 

Relato 5ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 25 de agosto de 2011, prosseguimos com a 5ª aula no 3ºA. Com as atividades da aula anterior corrigidas, notamos que os alunos de modo geral compreenderam o conteúdo sim, entretanto ele as narram de maneira pronta em acabada, não conseguem diagnosticar a importância dos movimentos negros sociais nos Estados Unidos, como influenciam a participação do movimento negro no processo de resistência à Ditadura Militar (1964 – 1985)  e nem como os sujeitos históricos são importante para o desenrolar de todo esse movimento. Além de apresentarem grande dificuldade em relacionarem as fontes em si. Essas observações nos fizeram compreender que a turma estava atingindo apenas um critério de avaliação dos estipulados nos planos de aula.
Desta forma, a melhor solução encontrada por nós, foi levar o problema para a turma, que juntamente conosco, decidimos que iríamos dar uma aula a mais do que o programado pelo plano de aula, explicaríamos critério por critério, além de ensinar conteúdos procedimentais que não estavam previstos, como sistematização do conteúdo no caderno. Para que assim eles refizessem as atividades.
A sala ficou assustada com os critérios de avaliação, que foram entregues para eles na primeira aula, argumentando que não sabiam que a nossa avaliação seria dessa forma, pois não sabiam que deveriam ter essas habilidade em História.

Relato 4ª aula no 3ºA

No dia 24 de agosto de 2011, iniciamos a 4ª aula no 3ºA. Nessa aula houve a entrega das atividades diagnóstica produzidas pelos alunos no 1º encontro, com as nossas observações. Juntamente com essa atividade, entregamos uma carta da juventude do MNU (Movimento Negro Unificado) escrita em setembro de 2008, em que retiramos a história do MNU, principalmente sua função na luta política e social do Brasil, a baixo colocamos duas fotografias do ato político de 7 de julho de 1978 que fez ressurgir o MNU durante o período da Ditadura Militar (1964 – 1985).
            Pedimos para que os alunos relacionassem a música que havia na atividade diagnóstica, com as fontes entregues na aula e as anotações feitas no caderno durante as aulas e me dissessem porque os anos de 1970 tiveram importância para o movimento negro.
            Os alunos tiveram grande dificuldade em realizar a atividade, não quisemos interferir diretamente na atividade, pois era necessário para que nós soubéssemos como andava a compreensão sobre o assunto abordado.

Relato 3ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 22 de agosto de 2011, foi dada a 3ª aula da seqüência didática no 3º A. Para essa aula foram utilizadas como recurso um pequeno trecho do livros “História do Negro no Brasil” de Wlamyra Albuquerque e Walter Fraga Filho, que retrata a importância da soul music para o movimento negro como forma de manifestação por intermédio do estilo visual (roupas, cabelos e acessórios).
            Para melhor percepção dos alunos sobre esse assunto, levamos para eles dois vídeos retirados do youtube um de James Brown e outro de Tim Maia. Para que os alunos percebam as características do estilo Black Power e a influência do movimento negro estadunidense no brasileiro.
            Após esse momento, pedimos para que os alunos em duplas relacionassem o mito da democracia racial, debatido na aula anterior, com o contexto da ditadura militar (1964 – 1985) e que argumentassem os motivos que a manifestação pela soul music era importante nesse período.
            Os alunos tiveram dificuldades em realizar essa atividade, até mesmo porque a maioria da turma não haviam feito a atividade extra-sala sobre mito da democracia racial pedida na primeira aula. Entretanto com a nossa intervenção os alunos realizaram as atividades sem grandes problemas. 
             Nessa aula, pedimos para que os alunos produzissem um clipe com ritmos da black music brasileira para que fossem apresentadas na Semana da Consciência Negra na escola. A turma a priori, não receberam a proposta com entusiasmo, mas conforme fomos explicando as finalidades e como seria o processo de confecção do produto, houve uma melhor aceitação. O clipe deverá ser entregue em novembro. 

Inserção na Prática da Escola Quilombola Antônio Delfino Pereira: Primeiros Passos

Alunos e alunas do 1º Ano "A" e "B" assistindo o filme do "Kiriku e a Feiticeira". Em resposta as ações...