quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Inscrições para as atividades do mês da consciência negra.

Enviem nome completo, email e telefone para: africabrasil.ufms@gmail.com.
Serão emitidos certificados para aquel@s que frequenarem ao menos 75% das atividades.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Semana da Consciência Negra – Orgulho de ser Negro: A ressignificação da identidade Negra

   

O mês de novembro se aproxima dando inicio as atividades do grupo PIBID/História em relação às comemorações da Semana da Consciência Negra, em parceria não só com as atividades desenvolvidas pela escola João Dantas Filgueiras como também contaremos este ano com a colaboração de Professores e alunos do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS) para a realização do evento referente à exaltação do orgulho Negro e afirmação da identidade cultural dos povos de raízes africanas e afro-brasileiras. As atividades não estarão restritas apenas ao dia 20 de novembro, a programação foi elaborada com a divisão de atividades que poderão ser acompanhadas desde o dia 03/11 até o dia 21 do mesmo mês.
Este roteiro foi organizado pelos Professores Lourival dos Santos (UFMS), Gilmar Pereira (IFMS) e Guilherme Tommaselli (IFMS), para que houvesse uma abordagem mais ampla sobre os temas e as discussões que se relacionam com a importância de relembrar historicamente o papel do negro nas sociedades que foram abarcadas pela diáspora Negra.
As sessões do Cine Africa Brasil irão iniciar as atividade do dia 03/11 com a exibição de produções como  “Do the Right Thing” (Faça a Coisa Certa, no Brasil) de 1989 e Malcon X (1992), ambos filmes americanos dirigidos e co-produzidos pelo cineasta Spikee Lee, as películas abordam as discussões dos conflitos inter-raciais e o ativismo negro como a formação do Partido dos Panteras Negras na década de 1960 em Oakland na Califórnia (EUA) que buscava, entre varias outras reivindicações, a proteção dos guetos negros contra a brutalidade e represálias permitidas pelo estado através das ações da policia. Além desses primeiros haverá exibições de outros filmes como “Mandela, Luta pela Liberdade” (2007) dirigida por Billy August sobre a vida de um homem racista que ao acompanhar vinte anos da prisão de um negro passa a criar um forte laço de amizade e começa a compartilhar dos mesmos ideais propagados pelo prisioneiro que não era ninguém menos que o próprio Nelson Mandela, já em  “Duelo de Titãs” (2002) direção Boaz Yakin o filme segue as temáticas anteriores ao retratar conflitos inter-raciais entre brancos e negros no estado da Virginia nos Estados Unidos, entre as produções nacionais estão “Domesticas” (2000) filme de viés cômico dirigido por Nando Olival e Fernandes Meirelles que aborda o cotidiano das mulheres cuja profissão é homônima ao titulo da produção e “Cafundó” (2005), com direção de Clóvis Bueno, que se relaciona com questões ligadas à religiosidade, a historia foi inspirada em um personagem real saído das senzalas do século XIX, João de Camargo um ex-escravo considerado “milagreiro” da cidade de Sorocaba e que acaba fundando uma igreja. 
          O local das sessões do cine África Brasil acontecerá no auditório do IFMS, nos dias 03, 04 e 05 na primeira semana e nos dia 10, 11 e 12 da segunda semana de Novembro, no horário entre 18hs50mim  ás 21hs00mim.
Nos dia 06/11 e 13/11 ás sextas feiras da primeira e segunda semanas, haverá também as oficinas de Mancala (etinomatematica) das 8hs00min até as 11hs00min da manhã e Máscaras Africanas das 13hs00min ate as 16hs00min da tarde, o local de ambas as oficinas será no IFMS. 
      As oficinas são resultado das sequências didáticas dos projetos desenvolvidos pelo PIBID/História/CPTL na escola João Dantas Filgueiras pelos discentes que fazem parte do programa institucional de bolsas de iniciação a docência coordenada pelo Prof. Dr. Lourival dos Santos e supervisionado na escola pelos professores de História Rosemari e Wellington.
Na semana seguinte a programação segue a partir do dia 17/11 no anfiteatro da UFMS, das 19hs00min ás 22hs00min, com abertura cultural: Musica Trio MVM (Blues) e logo após a mesa redonda com a discussão da pauta: A Identidade Negra na Perspectiva Criminal.
No dia 18/11 no auditório do IFMS, a programação se estenderá durante os períodos matutinos das 09hs45min ás 11hs50min, com diversas apresentações culturais entre dança, poesias, teatro, salas temáticas e contação de histórias e o período vespertino que será das 13hs00min ás 15hs00min com o Minicurso: Oficinas de Bonecas Abayomi.
No período noturno do mesmo dia 18/11, das 19hs00min ás 22hs00min, a mesa que discutirá: As Cotas nas Universidades: Uma Perspectiva para a Afirmação da Identidade do Negro, será no anfiteatro da Matemática no Campus II da UFMS.
No dia 19/11, no auditório do IFMS, haverá o Concurso: Identidade Afro Brasileira e Penteado Afro com alunos do ensino médio de Três Lagoas, somente no período noturno no horário das  19hs00min ás 22hs00min.
No dia 20/11, a programação dos períodos matutino e vespertino ocorrerá no auditório do IFMS, pela manhã no horário das 8hs00min ás 11hs50min, com Apresentação Cultural de Capoeira e a Mesa que discutirá: O Negro e os Esportes: A Afirmação do Orgulho de ser Negro. Durante a tarde as atividades serão divididas entre o inicio das 13hs00min  ás 15hs00min  com Apresentação Cultural de Dança do grupo Simbiose e Roda de conversa com o tema: A Identidade Negra em Timor Leste, e depois a partir das 15hs15min até as 18hs00min, com a Apresentação da Escola de Samba e a Mesa com o tema: O Negro e a Musica.
  No período noturno do mesmo dia 20/11, no Anfiteatro da Matemática do Campus II da UFMS, a partir das 19hs00min até as 22hs00min, haverá Apresentação Cultural de Blues e a Mesa com o tema: Do 13 de Maio ao 20 de Novembro: Histórias e Memórias do Negro no Brasil.
 Encerrando as comemorações no dia 21/11, último dia da programação haverá pela manhã a mostra da Semana da Consciência Negra da Escola João Dantas Filgueiras. Quem puder comparecer e acompanhar a programação deixamos aqui nosso convite a todos e todas para participar de mais um importante passo na valorização de nossas raízes africanas e afro brasileiras.

                                     
                                Por Iara da Silva Souza

sábado, 4 de outubro de 2014

Viagem a Comunidade Quilombola São Miguel !!!

No dia 27/09/2014, o grupo de alunos da UFMS coordenados pelo Prof. Dr. Lourival dos Santos deixaram a cidade de três lagoas rumo à comunidade quilombola São Miguel, que fica localizada na região do município de Maracaju interior do estado do Mato Grosso do sul. A viagem organizada como parte do roteiro de pesquisa do projeto com remanescentes quilombolas coordenados pelo Prof. Dr. Lourival dos Santos, tinha como um dos objetivos principais, auxiliar na organização das ideias em torno da criação do museu da comunidade que tem o intuito de preservar a memoria local. 
A chegada à comunidade ocorreu no sábado 27/09/2014 no inicio da noite, fomos calorosamente recebidos e acolhidos, a visita que durou três dias, fez que com que o grupo discente formado por Luana Muniz, Iara Souza, Ana Paula, Bruna Barros, Jorge Tertuliano e Elenisia conhecessem as expectativas dos membros quilombolas em torno do desenvolvimento da organização do museu da comunidade, o grupo foi dividido em duplas para o melhor andamento das tarefas que contou com o acompanhamento e participação dos membros da comunidade. Os professores Laura, Laureci, Maria Lucia e Demerval entre outros moradores se predispuseram no domingo 28/09 de manhã a se reunirem no salão, localizado na chácara de Dona Maria Eugenia, para ouvir juntamente com o grupo de universitários as instruções passadas pelo Prof. Lourival sobre o trabalho inicial que seria realizado naquele final de semana.
A ideia que a principio foi posta em pratica, era referente à organização dos painéis que irá retratar através de fotos, os membros e familiares das onze chácaras presentes na comunidade São Miguel, estas chácaras são lideradas pelos onze filhos descendentes diretos de Dona Joaquina matriarca fundadora da comunidade quilombola.
O primeiro passo foi explicar de que maneira os painéis seriam produzidos, fizemos o pedido para que cada família selecionasse fotografias que representasse a memoria histórica dos membros de cada chácara, algumas famílias já haviam se organizado em separar as fotografias que foram escaneadas e logo depois imprimidas para preencher os espaços dos painéis.

            Organização dos paineis

No período vespertino, metade do grupo entre nós estudantes e os moradores da comunidade permaneceram com os trabalhos no galpão, enquanto a outra parte rumava para dar andamento a outros serviços, como no caso da Prof. Laureci que convidou Luana e Iara, para observar a produção do requeijão caseiro produzido por ela e sua família, o processo é simples em vista dos equipamentos manuais, no entanto para obter a qualidade do produto é notável a atenção e dedicação de Laureci, ao manusear com habilidade a colher de pau que prepara a matéria-prima do leite em qualhada na panela quente até dar o ponto adequado ao produto, que posteriormente é destinado a venda na própria comunidade.
Produção do requeijão caseiro da Chácara Nova Jerusalém
                                   


Ainda no domingo a tarde Jorge um dos lideres da comunidade levou parte do grupo ao passeio em uma das cachoeiras do lugar, um dos alunos universitários que também corresponde pelo nome de Jorge se encantou com o local,  principalmente pela companhia do menino Lionel, filho dos professores Laura e Demerval. Elenisia, Ana Paula, as crianças e os demais que participaram do passeio ficaram igualmente extasiados com a natureza do lugar. 




                O estudante Jorge Tertuliano com o menino Lionel

No domingo à noite fomos convidadas a participar do culto religioso da igreja Manhã Gloriosa, Jorge o presidente quilombola, acompanhou Luana e Iara até a igreja e lá pudemos presenciar a pregação da pastora Nedir e conversar com os membros da igreja, desse contato pudemos marcar as primeiras entrevistas de História oral de vida com duas mulheres da comunidade.
Na segunda-feira seguinte, foi o dia que conhecer as crianças na escola da comunidade, frequentada em média por doze alunos, Prof. Lourival, Ana Paula, Elenisia, Jorge e Bruna, organizaram atividades lúdicas com as crianças, como contação de histórias que deu ênfase a trajetória dos parentes mais antigos das crianças, e a apresentação do jogo africano mancala, que as crianças desconheciam até então, no final da aula uma das universitárias encontrou os alunos Silas e Danilo no caminho da volta para a casa, em decorrência de outras tarefas, Iara que não pode estar presente na escola perguntou como havia sido as atividades, Silas bem depressa apontou o jogo como a “coisa” mais legal da oficina, enquanto Danilo gostou de fazer os desenhos inspirados nas histórias que foram contadas. 
Os alunos aprendendo o jogo africano Mancala

 Contando histórias
             
Desenhando a história da comunidade
     

          O grupo de professores, universitários e alunos reunidos

No andamento das atividades dos grupos na segunda-feira à tarde, Dona Maria Eugenia levou Elenisia e Jorge até o local onde se encontra o tumulo de Dona Joaquina, a matriarca da comunidade, no local também se encontra a mangueira e a castanheira onde Dona Joaquina se sentava para contar histórias para os filhos e netos, as arvores foram alvo de escolha para a realização de outra atividade artística referente ao museu e a exposição sobre a memoria quilombola de São Miguel, a proposta era fazer algo semelhante ao que foi mostrado em um vídeo americano que circula na internet, e que já serviu de inspiração inclusive pela abertura de uma telenovela brasileira. 
No vídeo aparece uma grande árvore que traz em seus galhos fotografias suspensa de familiares, o conceito é que a árvore representa o centro, a raiz a força vital de uma família o que seria uma referencia a matriarca quilombola Dona Joaquina, e as fotografias, que ficam penduradas como se tivessem nascidos frutos em meio aos galhos e folhas, representa os vários membros de um mesmo clã, semelhante aos vários descendentes da comunidade.
Diante deste olhar comparativo, o Prof. Lourival fez a proposta sugerindo que fosse escolhida, entre as arvores do antigo quintal de Dona Joaquina (a mangueira ou a castanheira), o melhor lugar para realizar a ideia, Dona Maria Eugenia acho melhor que a arvore escolhida fosse a castanheira, alegando que era onde sua mãe sentava nas raízes fortes e de bastante relevo para contar suas varias histórias, Elenisia testou os matérias (fotografias e barbantes) para descobrir a melhor forma de fazer com que o trabalho fique com uma boa estética visual para que possa causar nos futuros visitantes da exposição a impressão desejada. Neste mesmo momento dando andamento a outro viés da pesquisa sobre a comunidade, Luana e Iara, estavam realizando entrevista de história oral de vida com Dona Oraide (que faz parte de uma das famílias descendentes) e Dona Nedir (pastora da igreja Manhã Gloriosa).


                   





 Dona Maria Eugenia e Elenisia desenvolvendo uma das atividades

  
Na segunda-feira à noite, aconteceu então à reunião com a presença dos representantes das chácaras, que estiveram presentes em grande numero, das onze só faltaram três, ficamos impressionados com a capacidade de mobilização que a família de seu Ramon demostra ter diante da comunidade, a reunião teve um saldo muito positivo para o andamento da organização do museu, Prof. Lourival explicou novamente a intenção dos trabalhos e expôs o que havia sido feito durante o dia anterior, os comentários de interesse sobre o que estava sendo feito foram bastante positivos, ao final da reunião houve uma pequena confraternização no jantar, algumas horas depois nos despedimos, pois no dia seguinte terça-feira 30/09 logo pela manhã estava marcada nosso retorno a três lagoas.

            Os membros da comunidade observando os trabalhos que estão em andamento
            Jorge Presidente da comunidade (fig. acima)

        A estudante Iara S.Souza com a professora Laureci

 Desenhos feitos pelas crianças na escola
As familias observando as fotografias

                                       
      A reunião com as familias que ocorreu na segunda- feira as 19:00 hs da noite.
 Dona Benedita observando os trabalhos que estão e andamento para a exposição

Agradecemos aqui todo acolhimento e hospitalidade com que sempre somos recebidos pelas pessoas que fazem parte da comunidade quilombola de São Miguel.  

                                                     
                                  Por Iara da Silva Souza

Sequencia Didática: O Samba como símbolo de resistência negra do inicio do séc. XX e sua transformação em patrimônio cultural brasileiro (1916-1945).

A sequencia didática foi iniciada na primeira semana do mês de setembro deste ano de 2014, no 7° ano C, as aulas que eram ministradas três vezes por semana nos dias de segunda, quinta e sexta-feira, foram cedidas pela professora de História Rosemari que nos deu suporte junto a turma para melhor andamento da sequencia.
            As estagiarias Luana Muniz, Iara Souza e Claudia Arevalos, aplicaram juntos os conteúdos que foram trabalhos em sala, apesar da pouca observação da turma, que ocorreu apenas por três vezes, não houve nenhuma resistência dos alunos em nos receber em sala de aula, muito pelo contrario ganhamos a simpatia da turma logo na primeira semana.
            A simpatia, no entanto, não impediu que houvesse alguns percalços durante o andamento da sequencia, a falta de pratica e dificuldade com as leituras propostas em sala foram sem dúvida um dos pontos críticos que atrapalhavam a compreensão dos conteúdos, infelizmente a falta de intimidade com a leitura e a pouca habilidade de interpretação dos textos não é um problema que se restringe apenas ao 7° ano C, a maioria das turmas da escola João Dantas Filgueiras apresentam dificuldades semelhantes.
            Desafios à parte, o trabalho da sequencia conseguiu dentro do prazo previsto, fazer com que os alunos compreendessem os objetivos propostos, o conteúdo relacionado à trajetória histórica do samba tinha como finalidade apresentar aos alunos de que maneira ocorreram as transformações do gênero musical, desde sua inicial marginalização até a incorporação do samba enquanto “coisa nossa”, passando a ser uma das principais características da cultura brasileira, a história de seus precursores como Tia Ciata, Hilário Jovino, João da Baiana, Donga, Sinhô, Ismael Silva entre outros, e as formas como ocorriam às negociações dos espaços destinados ao samba, como eram as reuniões entre os membros, a ligação afro-religiosa, a inserção do samba nos festejos de carnaval, as rivalidades dos primeiros ranchos de escola de samba e a consolidação cultural do gênero durante a era Vargas (1930-1945), foram os temas das atividades desenvolvidas em sala de aula.
            Os alunos apesar do baixo desempenho nas atividades de leitura, se mostraram bastante participativos com perguntas feitas oralmente durante as aulas de analise das letras de samba, que eram acompanhadas pelo áudio das musicas, foi interessante observa-los fazendo ligação de musicas ouvidas ainda hoje mas que foram compostas no inicio do século XX, a surpresa de reconhecer letras de alguns dos compositores apresentados provocava maior interesse nos alunos sobre a valorização do samba enquanto elemento de cultura difundido pelas raízes da descendência negra do Brasil.
Durante a avaliação final toda a turma conseguiu apontar no artigo de opinião os pontos principais do conteúdo abordado, no entanto mais uma vez o que atrapalhou na analise das produções finais da sequencia foi à falta de habilidade dos alunos com a escrita, alguns textos apontavam as ideias fundamentais, mas se perdiam em uma total falta de coerência no desenrolar da escrita textual, houve entre nós estagiaria a impressão de que os alunos conseguiram compreender os objetivos da sequencia porem as dificuldades de transpor isso em um texto, a dificuldade em lidar com a organização dos códigos verbais, prejudicou a produção final realizada por eles. Ficamos ao mesmo tempo felizes (por eles terem sim, compreendido o conteúdo ao demostrarem isso através da participação oral) e preocupadas com a situação critica da escrita dos alunos.

Nós estagiarias esperamos, com a insistência em leituras e interpretações das leituras juntamente com a escrita dos artigos de opinião, possamos ter colaborado para uma possível mudança diante desse problema na formação dos alunos, deixamos aqui um grande abraço para turma do 7° ano C.
          Os alunos do 7° ano C, durante a aplicação da sequencia didática

                 
As estagiarias Luana e Iara durante explicação dos conteúdos trabalhados em sala.


Por Iara da Silva Souza

Inserção na Prática da Escola Quilombola Antônio Delfino Pereira: Primeiros Passos

Alunos e alunas do 1º Ano "A" e "B" assistindo o filme do "Kiriku e a Feiticeira". Em resposta as ações...