sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL e FELIZ 2012

A tod@s que nos acompanharam em 2012 desejamos um ótimo fim de ano e 2012 cheio de realizações. Oxalá possamos compartilhar juntos um mundo com menos preconceitos.
Estamos entrando em férias e as postagens nesse período ficarão reduzidas.
Abraço a tod@s

Lourival e equipe do Baobá do Cerrado

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sony deverá pagar indenização por racismo em música de Tiririca

7/12/2011 - 08h48

A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio manteve na última quarta-feira decisão que condena a gravadora Sony Music a pagar indenização retroativa a 1997 por causa da música "Veja os Cabelos Dela", composta pelo agora deputado Tiririca (PR-SP).
A ação foi movida por dez ONGs do movimento negro, que diziam que a canção --lançada por Tiririca em 1996, em disco que vendeu cerca de 250 mil cópias-- tem conteúdo racista. "Essa nega fede, fede de lascar/ Bicha fedorenta, fede mais que gambá", diz um dos trechos da canção.
A Sony foi condenada em 2004 a pagar indenização de R$ 300 mil, com correção monetária retroativa a 1997, quando o processo foi ajuizado.
A gravadora recorreu, pleiteando que a correção contasse a partir da data da condenação, mas perdeu em julgamento na 16ª Câmara Cível do Rio, em março passado. Novo recurso da Sony foi rejeitado na quarta-feira. Segundo as partes, não cabem mais recursos.
A indenização, que deve ser destinada ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, administrado pelo Ministério da Justiça, foi calculada a partir do lucro com as vendas do disco.
O valor era de cerca de R$ 1,2 milhão, na decisão de março passado, mas segundo Humberto Adami, advogado dos autores da ação, aumentará, pois será calculado novamente, acrescido da correção dos últimos nove meses.
Tiririca, que não era réu no processo, não tem mais contrato com a Sony.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo

Pessoal para quem ainda não viu a notícia abaixo, leiam.  A moça denunciou a escola na delegacia de crimes raciais. Sem querer pré julgar a escola, sabemos que é muito difícil provar a denúncia. De qualquer forma, corajosa foi a moça ao fazer a denúncia. Imagino as retaliações que pode estar eventualmente passando.
A notícias saiu em portais importantes como o UOL e deu até no Jornal Nacional da TV Globo.
Que a situação sirva de exemplo para que os afrobrasileiros não fiquem calados diante de discriminações como essa.
07/12/2011

Negra diz que chefe mandou alisar o cabelo

Tatiana Santiago
do Agora
A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19 anos, diz ter sido vítima de racismo no local em que trabalha, no Colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin (zona sul de SP).
Segundo ela, a diretora da unidade quis forçá-la a alisar os cabelos para "manter boa aparência".
Ester disse que sofre discriminação por ser negra e ter cabelos crespos.
Conta que, em seu primeiro dia de trabalho como assistente de marketing, em 1º de novembro, a diretora do colégio a chamou em uma sala particular e reclamou de uma flor em seu cabelo --pediu para deixá-los presos.
Segundo a estagiária, dias depois a diretora a chamou novamente e reclamou do cabelo.
Teria falado que compraria camisas mais longas para que a funcionária escondesse seus quadris.
Resposta
Em nota, o colégio Internacional Anhembi Morumbi afirma que possui um modelo de aprendizagem inclusivo, que abriga professores, estudantes e funcionários de várias origens e tradições religiosas.
O uso de uniformes por alunos e funcionários é exigido para que o foco da atenção saia da aparência.
Questionado se a diretora mandou a jovem alisar o cabelo, o colégio limitou-se a dizer que a direção e o restante da equipe nunca tiveram a intenção de causar constrangimento.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

2ª enquete do Baobá do Cerrado: África pobre?

Nossa equipe quer saber de nossos leitores se eles concordam que a África é um continente pobre. E se, concordam, quais seriam os motivos? Poste sua resposta e não deixe de se identificar.
Axé!

Lourival

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ter paciência é algo que me falta, mas que eu to caminhando para conquistar

Meu nome é Josi, tenho 18 anos e estudo no 1º ano do Ensino Médio na escola João Dantas Filgueiras.
Eu sou nascida aqui em Três Lagoas, venho de uma família legal, sou filha de um guarda municipal e de uma dona de casa, que faz artesanato de crochê e tapetes para vender e tenho uma irmã de 10 anos, que estuda no 5º ano. Nós duas temos umas briguinhas às vezes, pois ela é a caçula e a atenção em casa vai sempre para ela e eu fico com ciúmes, mas a gente supera.
[...]
Na verdade o meu pai não é muito presente, ele está em casa todos os dias, mas o contato com a gente é meio distante, quando eu era menor sentia falta dele, porque os pais dos meus amigos são presentes, unidos, mas hoje eu já não ligo mais, contornei essa situação.
[...]
Meu relacionamento na escola é meio complicado, ainda mais que com os meus amigos eu sou extrovertida, mas ao mesmo tempo consigo ser ciumenta, nervosa, autoritária e isso complica a situação. Principalmente porque eu tenho muito ciúmes da Lígia que é minha melhor amiga.
[...]
Me apeguei muito na Lígia porque na sala eu e a mais uma menina, somos as únicas evangélicas e por isso tem um pessoal da sala que faz umas brincadeiras preconceituosas na sala, o que faz com que eu não converse muito com as outras pessoas das salas.
[...]
A religião é o fator principal na minha vida, lá eu aprendo muita coisa, principalmente a ter paciência, que é algo que me falta, mas que eu to caminhando para conquistar, para poder conviver em grupo.
[...]
Eu já tive vários problemas por ser negra, principalmente na escola. Quando eu vim estudar no João Dantas, eu estava no 5º ano, percebi que tinha umas pessoas que eram da minha cor, mas que as populares eram brancas e ninguém nunca reparava nisso. Outra coisa que aconteceu é que essas pessoas colocavam apelidinhos em mim, uns apelidos que eu nem consigo mais lembrar. Esses apelidos só pararam quando os meus pais vieram aqui na escola, porque eu não conseguia estudar direito. Tive que ir conversar com a diretora, que puniu os meninos que me apelidavam na época.

            Normalmente eu nunca tive muitos problemas por ser negra, só quando eu era menor, porque a minha mãe é mais clara, ela não é branca , é mais puxada para o amarelo. O meu pai quem é negro, assim como eu. Minha irmã puxou mais para a cor da minha mãe. Por eu e meu pai sermos os únicos negros lá de casa, ele costumava dizes que eu era a filha bastarda dele. Por isso eu não gostava muito da minha cor não, mas hoje eu já me acostumei. Tanto que meus problemas com autoestima são mais pelo meu peso, a minha cor não me incomoda mais.
Ser negra deixou a minha infância um pouco conturbada, porque na família da minha mãe são todos brancos. Minha avó teve 6 filhos e minha mãe é a única mulher e casada com um negro. Os meus primos são todos brancos, tem até alguns de olhos verdes, ou seja, eu sou a única neta da minha avó negra, por isso meus primos tiravam muito sarro em mim.
           Acho que o pior nessa época era que minha mãe trabalhava muito para ajudar o meu pai a terminar de construir a nossa casa, ela só estava comigo durante o jantar e não me dava muita atenção, o meu pai também trabalhava até a noite, então eu passava muito tempo com a minha avó. Acho que na minha vida a minha mãe teve papel de pai e minha avó de mãe. Na minha infância eu brinquei bastante, fiz arte, mas faltou algo.
          [...]
          Eu não ligo muito para os apelidos que tenho por causa de minha cor, claro que se forem pessoas que eu conheço ou que eu perceba que me chamam assim, sem a intenção de me provocar. Tem um amigo aqui da escola que ele me chama de “aviãozão”, “nega”, “morena”, o pai desse meu amigo me chama de “preta”, “pretinha” ou “Josi mocoronga”, mas é na brincadeira. Meu namorado também me chama de “pretinha”. Eu tenho um tio que por causa do meu peso me chama de “tutão” ou “pejo” por que é o nome de um carro que tem um amortecedor largo. Eu não ligo para esses apelidos até porque acho o meu nome complicado, eu gosto mesmo que me chamem de Josi ou de Jô. Mas se é uma pessoa estranha me chamando por esses apelidos eu vou achar estranho.
            [...]
Durante minha vida escolar eu reprovei 3 anos. A primeira vez assim que eu entrei na escola, depois no 7º e no 9º e todas às vezes foi por causa da matemática. Não me dou bem com matérias exatas, as que mais gosto são Língua portuguesa, Literatura, Inglês e Geografia. História eu até gosto, mas depende muito da história, se não eu não gosto.   
          O meu primeiro dia de aula no João Dantas eu briguei. Quando eu cheguei na sala já me irritei porque não tinha carteira na frente, só no fundo e eu odeio sentar no fundo, porque eu já converso demais, se sento lá no fundo não preto atenção em nada, além do mais, as piores companhias estão sentadas no fundão. Outra coisa que me incomodou é que o pessoal na sala já tinha seus grupos fechados, é bem aquela coisa de filme, ter lugar para sentar até tem, mas parece que ninguém quer você ali.
          [...] Na saída para o intervalo, como de costume, todo mundo fica grudado na porta. Quando eu fui tentar passar uma menina me fechou e eu a empurrei tão forte que ela acabou batendo com a cabeça. Ela ficou brava e disse que ia me bater, como não sou de levar desaforo para casa, falei para ela me bater ali mesmo. Ao entrar no banheiro, essa menina chegou puxando o meu cabelo, não teve jeito nós começamos a brigar.
Essa menina é bem branquinha e durante a briga ela me chamava de preta e outras coisas que me ofendiam por causa da minha cor, isso me deixou com mais raiva ai que eu batia mais, acabei até quebrando o nariz dela. Por essa briga eu quase fui expulsa da escola no meu primeiro dia de aula, isso só não aconteceu porque minha mãe me defendeu. Só sei que essa história da briga deu até polícia, porque a mãe da menina era barraqueira e queria bater na minha mãe, mas no fim deu tudo certo.
[...]

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Relato 7ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)


           No dia 5 de setembro de 2011, foi colocado em prática a última aula da seqüência didática com o 3ºano do Ensino Médio. Nessa aula os alunos entregaram a atividade proposta na aula anterior.
            Entregamos para eles uma ficha de auto-avaliação em que muitos se mostraram coerentes com o que consideram de aprendizado. Nessa ficha estavam os critérios de avaliação, os mesmos que foram entregues no primeiro dia de aula. Por ser uma turma  madura e na aula 5 pontuamos cada um desses critérios, discutindo o que esperávamos que eles tivessem aprendido com a sequência, achamos pertinente que fizessem essa auto-avaliação.
            Para terminar essa seqüência, iniciamos a orientação com os vídeos que eles deverão entregar no fim do ano para expor durante a semana da consciência negra.
            Essa foi nossa última aula no 3ºA, uma sala que se demonstrou a priori ser apática, mas que durante as atividade nos surpreendeu por sua maturidade em lidar com as dificuldades encontradas durante a sequência e verdadeira preocupação em aprender o conteúdo aplicado, ao notar que mesmo nós sendo estagiários não estávamos ali apenas de passagem mas sim para contribuir em sua formação.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobre bullyng na escola: vitima e perpetrador

Depois da tragédia na escola do Rio de Janeiro, passamos a discutir o bullyng (assédio) na escolas. Vejam que interessante o vídeo abaixo que ouviu o "outro lado da história". Relembro que chamar colega da escola de macaco, zombar do cabelo bombril e da "nega fedida" são posturas de bullyng bem comuns em nossas escolas e que tem alvo certo: crianças e adolescentes negros, tema desse blog. Apreciem e divulguem.
Prof. Lourival

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Relato 6ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 31 de agosto de 2011, a seqüência didática foi continuada em sua 6ª aula. Devido as dificuldades encontrada nas atividades dos alunos, retomamos os critérios de avaliação com o grupo, abordando cada um deles. Esse momento houve bastante participação dos alunos, que apresentavam não ter conhecimento sobre as implicações desses critérios.
Por terem relatado que não sabiam fazer sistematização na aula anterior, foi entregue para eles um modelo de sistematização feita por nós em que abordávamos todo o conteúdo debatido até aquele momento da seqüência. De maneira expositiva recuperamos o conteúdo, enfatizando os pontos que os alunos tiveram maiores dificuldades.
Após esse momento esperávamos que eles tirassem suas dúvidas, mas apenas uma aluna nos questionou sobre o processo de localização do tempo histórico. Como tivemos problemas em explicar de maneira simples, ou melhor, de uma forma que eles aprendessem. Houve a intervenção do orientador de estágio obrigatório, que avisado sobre nosso problema de avaliação com a sala foi assistir a aula, nos orientou a fazer três linhas do tempo: uma para a História do Movimento negro, outra para a Luta dos Direitos Civis nos EUA e outra com a Ditadura Militar (1964 – 1985).
Os alunos demonstraram melhor compreensão sobre suas dúvidas. A partir disso propusemos outra atividade em que os alunos deveriam produzir um texto relacionando todos os conteúdos abordados na seqüência que foram: Luta pelos direitos civis no EUA, Ditadura Milita (1964 – 1985) e a História do Movimento entre 1960 a 1980. Essa atividade deverá ser entregue na próxima aula. 

Relato 5ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 25 de agosto de 2011, prosseguimos com a 5ª aula no 3ºA. Com as atividades da aula anterior corrigidas, notamos que os alunos de modo geral compreenderam o conteúdo sim, entretanto ele as narram de maneira pronta em acabada, não conseguem diagnosticar a importância dos movimentos negros sociais nos Estados Unidos, como influenciam a participação do movimento negro no processo de resistência à Ditadura Militar (1964 – 1985)  e nem como os sujeitos históricos são importante para o desenrolar de todo esse movimento. Além de apresentarem grande dificuldade em relacionarem as fontes em si. Essas observações nos fizeram compreender que a turma estava atingindo apenas um critério de avaliação dos estipulados nos planos de aula.
Desta forma, a melhor solução encontrada por nós, foi levar o problema para a turma, que juntamente conosco, decidimos que iríamos dar uma aula a mais do que o programado pelo plano de aula, explicaríamos critério por critério, além de ensinar conteúdos procedimentais que não estavam previstos, como sistematização do conteúdo no caderno. Para que assim eles refizessem as atividades.
A sala ficou assustada com os critérios de avaliação, que foram entregues para eles na primeira aula, argumentando que não sabiam que a nossa avaliação seria dessa forma, pois não sabiam que deveriam ter essas habilidade em História.

Relato 4ª aula no 3ºA

No dia 24 de agosto de 2011, iniciamos a 4ª aula no 3ºA. Nessa aula houve a entrega das atividades diagnóstica produzidas pelos alunos no 1º encontro, com as nossas observações. Juntamente com essa atividade, entregamos uma carta da juventude do MNU (Movimento Negro Unificado) escrita em setembro de 2008, em que retiramos a história do MNU, principalmente sua função na luta política e social do Brasil, a baixo colocamos duas fotografias do ato político de 7 de julho de 1978 que fez ressurgir o MNU durante o período da Ditadura Militar (1964 – 1985).
            Pedimos para que os alunos relacionassem a música que havia na atividade diagnóstica, com as fontes entregues na aula e as anotações feitas no caderno durante as aulas e me dissessem porque os anos de 1970 tiveram importância para o movimento negro.
            Os alunos tiveram grande dificuldade em realizar a atividade, não quisemos interferir diretamente na atividade, pois era necessário para que nós soubéssemos como andava a compreensão sobre o assunto abordado.

Relato 3ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 22 de agosto de 2011, foi dada a 3ª aula da seqüência didática no 3º A. Para essa aula foram utilizadas como recurso um pequeno trecho do livros “História do Negro no Brasil” de Wlamyra Albuquerque e Walter Fraga Filho, que retrata a importância da soul music para o movimento negro como forma de manifestação por intermédio do estilo visual (roupas, cabelos e acessórios).
            Para melhor percepção dos alunos sobre esse assunto, levamos para eles dois vídeos retirados do youtube um de James Brown e outro de Tim Maia. Para que os alunos percebam as características do estilo Black Power e a influência do movimento negro estadunidense no brasileiro.
            Após esse momento, pedimos para que os alunos em duplas relacionassem o mito da democracia racial, debatido na aula anterior, com o contexto da ditadura militar (1964 – 1985) e que argumentassem os motivos que a manifestação pela soul music era importante nesse período.
            Os alunos tiveram dificuldades em realizar essa atividade, até mesmo porque a maioria da turma não haviam feito a atividade extra-sala sobre mito da democracia racial pedida na primeira aula. Entretanto com a nossa intervenção os alunos realizaram as atividades sem grandes problemas. 
             Nessa aula, pedimos para que os alunos produzissem um clipe com ritmos da black music brasileira para que fossem apresentadas na Semana da Consciência Negra na escola. A turma a priori, não receberam a proposta com entusiasmo, mas conforme fomos explicando as finalidades e como seria o processo de confecção do produto, houve uma melhor aceitação. O clipe deverá ser entregue em novembro. 

Relato 2ª aula no 3ºA (Larissa e Adonis)

No dia 15 de Agosto de 2011 iniciamos a segunda aula da sequência didática no 3º ano, onde inicialmente entregamos para eles um trecho da obra “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre juntamente com um pequeno trecho de um discurso de Martin Luther King, feita em uma passeata a favor dos direitos civis nos Estados Unidos em 23 de agosto de 1963. Lemos juntos os dois textos e começamos a discuti-los, nesse dia a participação da sala foi excelente, pois quase toda a sala participou do debate e expuseram suas idéias.
Foi muito interessante a aula, vimos que a sala demonstrou um certo domínio sobre o assunto, e também um interesse considerável pela temática, levando em consideração suas experiências pessoais com relação a influência da cultura africana na Brasil.Quando entramos na sala para iniciarmos nosso trabalho no dia 10 de Agosto, encontramos uma sala quieta que quase não falava, por serem uma sala de terceiro ano, acreditávamos que as discussões iriam ser colocadas por uma boa parte dos alunos, mas nessa segunda aula ficamos muito felizes pelo desenvolvimento das discussões e pela participação dos alunos.
Houve também a participação da professora Rose em alguns momentos, complementando a nossa fala, contribuindo assim para o desenvolvimento da nossa seqüência didática. Na aula anterior do dia 10, tínhamos pedido um trabalho para que os alunos entregassem nessa aula, se tratava de uma pesquisa feita em grupo, no qual eles iriam apontar sobre o que é democracia racial, apenas 1 grupo entregou e um outro grupo ficou de mandar no e-mail do curso, pois a sala de informática estava fechada, e não teriam como imprimi-lo.
A sala foi colocada no sistema em “U”, e isso ajudou muito na hora da discussão, pois além de haver uma participação boa da sala nas discussões, aproximou o professor/aluno, criando assim um pouco mais de comunicação entre ambas a s partes.
Enfim, estamos muito contentes com o resultado das aulas e esperamos estar melhorando cada vez mais para juntos alcançarmos o objetivo da nossa sequência didática.

domingo, 11 de setembro de 2011

Primeira enquete do Baobá do Cerrado: religiões afro brasileiras na escola

Prezad@S leitores:

A equipe do Baobá do Cerrado quer saber: religiões afrobrasileiras como a Umbanda e o Candomblé devem ter a mesma visibilidade nas escolas como as religiões cristãs? Pedimos que o leitor responda SIM, NÃO, EM TERMOS e que expliquem sua resposta. Ah, não deixem de se identificar!
Abraços!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Entidades da Umbanda refletem história cultural brasileira


Vejam que interassante: Etnopsicologia e História: 

Fonte Agência FAPESP - Por Marcelo Pellegrini - marcelo.pellegrini.filho@usp.br
 Publicado em 1/setembro/2011 |  |
 
Médiuns durante ritual no Terreiro de Umbanda Pai José do Rosário
A história cultural brasileira pode ser aprendida e apreendida não apenas em livros de História, mas também em Terreiros de Umbanda espalhados por todo o País. Essa afirmação é um reflexo de estudos sobre a Umbanda realizados no Laboratório de Etnopsicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, que é coordenado pelo professor José F. Miguel H. Bairrão. “A religião é  concebida dentro do caldeirão cultural brasileiro congregando elementos do espiritismo, catolicismo, tradições indígenas e das religiões de origem africana”, descreve o pesquisador Rafael de Nuzzi Dias.
No estudo denominado Correntes ancestrais: os pretos-velhos do Rosário, Rafael reforça a ideia da antropóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Maria Helena Villas-Boas Concone, de que a Umbanda é formada por personagens retirados da experiência histórica e da memória coletiva brasileira. Como, por exemplo, o preto-velho e o caboclo.
“O preto-velho umbandista é associado aos escravos do Brasil pré-colonial e apresenta-se como ancestral afro-brasileiro, assim como o caboclo está relacionado com os indígenas e os baianos com os migrantes nordestinos”, afirma o pesquisador. “Essas entidades rememoram a cultura e a história (afro) brasileira por intermédio de alguns de seus personagens mais marcantes”, ressalta.
Universo Simbólico dos Pretos-Velhos
O estudo de Rafael Dias debruça-se especificamente sobre o preto-velho, entidade espiritual construída a partir da referência simbólica dos negros, ancestrais afro-brasileiros, trazidos da África para serem escravizados em terras brasileiras.
Em suma, são entidades que remetem à ascendência africana de grande parte do povo brasileiro, e que uma vez “abrasileiradas” trazem em seus ritos e performances a marca de uma forte herança católica. “O preto-velho é a entidade espiritual da umbanda que mais herdou e carrega elementos católicos, como a cruz, o rosário, os terços e suas orações”, afirma Dias.
Segundo o pesquisador, a influência católica é tão presente sobre os pretos-velhos, que eles, muitas vezes, se revelam como uma espécie de metáfora afro-brasileira do próprio Jesus Cristo, bastião do catolicismo. “Todos eles trazem uma marca de sofrimento ou de sacrifício e deixam a seus devotos a mensagem de que é possível elevar-se espiritualmente a partir do sofrimento, coerentemente com a lógica cristã”.
Para Dias, essa memória coletiva do período escravocrata brasileiro, presente nas marcas, narrativas e performances dos pretos-velhos, funciona como recurso simbólico para a resolução de conflitos subjetivos (individuais e coletivos) dos fiéis que os incorporam ou que com eles se consultam. “Os pretos-velhos agem na conciliação do homem com seu próprio inconsciente. Integrando marcas de filiação e pertencimento contidas na tradição e na cultura. Com isso, eles convocam a pessoa a assumir seus direitos e deveres enquanto elo de uma corrente ancestral”, afirma.
De acordo com o autor, isso é possível porque os conflitos e tensões psicológicas das pessoas são, em última instância, de natureza social e histórica, ou seja, também são permeadas pela cultura e pela tradição de seu povo.
Método
Para validar suas conclusões, a pesquisa de campo foi desenvolvida em quatro terreiros de umbanda da região de Ribeirão Preto, São Paulo, todos distintos e independentes entre si. Dentre os quatro terreiros, o Terreiro de Umbanda Pai José do Rosário — onde houve um trabalho de imersão de três anos — foi escolhido como caso-modelo para a apresentação dos resultados do estudo.
A obtenção dos dados se deu por meio de entrevistas semiabertas e da escuta participante, uma união dos métodos e instrumentos da observação participante, da antropologia, com a escuta psicanalítica lacaniana. “Num certo sentido, o objetivo do estudo foi aplicar, de forma não reducionista, os potencias práticos das ferramentas da clínica analítica nos terreiros. Como exemplo dessas ferramentas estão a transferência e a atenção ao sujeito do inconsciente, no contexto da Umbanda. Ou seja, em um contexto de um fenômeno social”, explica Dias.
Mais informações: email rafaelndias@hotmail.com

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adonis, Josi, Larissa e Paulo Colle assumem a regência das "bandas"

     Como orientador do estágio estive ontem e hoje assistindo aulas dos nossos futuros professores. Estou orgulhoso! Afinal, eles devem estar se sentindo mesmo "regentes" do(a)s aluno(a)s que tocam afinado(a)s com  as sequencias didáticas sobre abolicionismo, neocolonialismo, religiões afro brasileiras, soul music, movimento negro e ditadura militar, reinos da Núbia e de Kush.
     A África e a diáspora africana estão no currículo da escola.
     Os alunos e alunas do João Dantas sentam-se em círculos, numa grande roda, ou em pequenos grupos para trabalharem coletivamente. Aposta no diálogo como única forma de educação, como nos ensina Paulo Freire.
As crianças e adolescentes são solicitados, praticamente todos os dias, a lerem fragmentos de textos previamente selecionados e a produzirem sínteses sobre o que está sendo estudado. Ainda: levam tarefas para casa para aprofundarem em temas discutidos em sala de aula.
     Sendo regentes, os quatro maestros tentam colocar seus músicos em afinação. As vezes os regentes se distraem e a banda desafina, às vezes o problema é com um ou outro músico. Apesar disso, estejam certos que ainda sairemos muito "pra ver a banda tocar".
     Aproveito para agradecer a atenção dos professores supervisores: Rose e Paulo, o diretor Sérgio e a coordenadora Luciana, Eva da sala de leitura e ainda os outros professores que estão apoiando nosso projeto, em particular: José Augusto 'Barata', Ilma e Rosana.

Lourival dos Santos (professor orientador de estágio _ História UFMS)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Relato da aula 3ºA (Adonis e Larissa)

No dia 10 de agosto de 2011, começamos a aplicar as regências no 3ºA. Nosso desafio era aplicar uma sequência didática, feita no semestre anterior que tinha como temática: O movimento negro e a importância da soul music na resistência da Ditadura Militar (1964 – 1985). Claro que a ansiedade era uma das nossas maiores companheira, afinal esse era o início não apenas de colocar à prova todos os nossos conhecidos adquiridos durante os quatro anos de universidade, mas também um momento de quebrar ou não paradigmas já pré estabelecidos sobre a relação professor e aluno.
            Ao aparecermos na sala os alunos que estavam esperando o professor, ao nos ver já entraram, o que nos deixou claro que a professora na aula anterior já havia comentado com eles sobre nossas aulas. O início foi marcado pelo grande silêncio dos alunos, pois mesmo freqüentando a escola no semestre anterior, ainda éramos estranhos para eles.
            Para quebrar um pouco do tradicionalismo das aulas de história, utilizamos como Atividade Diagnóstica a música Ilê Ayê, composta por Paulinho Camafeu em 1974, que é uma manifestação do bloco de samba Ilê Ayê, contra a repressão do governo militar da época ao movimento negro. Para aproximar os alunos do assunto, optamos por não usar a versão original da música, mas sim a gravada pelo grupo O Rappa, por ser mais adequada a idade deles e também por morarmos em Mato Grosso do Sul, o grupo de rap acaba sendo mais conhecido que o bloco carnavalesco da Bahia.
            Passamos a música interpretada por Marcelo Falcão, com a letra em mãos os alunos puderam acompanhá-la, junto com um pequeno trecho do livro “História do Negro no Brasil”, de ALBUQUERQUE, Wlamyra e FRAGA FILHO, Walter; p. 281, 2006, que contextualizava historicamente o movimento negro no conteúdo. A música não proporcionou o efeito esperado, claro que o fato de ser a primeira aula do dia auxiliou para esse resultado, sem contar que nós também estávamos um tanto quanto receosos, por esse primeiro contato na frente de uma sala de aula.
            Propomos para os alunos por meio da discussão mediada por nós sobre a história do movimento negro na Ditadura Militar (1964-1985) e junto com seus conhecimentos já adquiridos sobre o período, nos afirmassem se a música era ou não um manifesto contra o governo da época e que justificassem.
            Umas das maiores surpresas nessa aula é que quebramos dois lugares comuns que perseguem as práticas educacionais em nosso meio, atualmente: a primeira que o aluno não quer saber de nada, já que TODOS sem exceção fizeram a atividade proposta por dois estagiários. E  a segunda que eles não sabem nada sobre o Ditadura Militar (64-85) ou movimento negro, visto que puderam expressar baseados no que JÁ SABEM.
            A participação coletiva da sala foi o que deixou a desejar, mas achamos que isso se deve mais por inexperiência nossa, do que falta de interesse do grupo, por isso as participações foram mais individualmente.
            Podemos estar sendo utópicos ao descrever essa primeira aula, mas o que seria de nós futuros professores sem um pouco de utopia? Mas consideramos que a reflexão sobre nossa prática docente seja um caminho para melhorarmos como professores e até mesmo para aprendermos a nos posicionar e a estudar mais sobre o que estamos trabalhando nas salas com nossos alunos.
            Não posso descrever mais sobre a relação com os alunos, pois como disse esse foi o nosso primeiro contato na posição de professores e não de estagiários que ficam sentados no fundo da sala de aula tomando nota de tudo que o professor regente faz ou deixa de fazer, para engrossar nosso relatório. Por isso nossa maior reflexão foi quanto a nossa prática, o que fazer para estimular uma maior participação coletiva.
            Mesmo diante desses fatores, consideramos que apenas por começarmos a mudar nossa visão sobre a relação professor e aluno, foi um fato excelente, já que hoje acreditamos muito mais não apenas em nós mesmos, mas também nos nossos alunos.  

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sua aula pode dar samba!

Olá pessoal, aqui vai uma dica ´para quem quer trabalhar o samba em sala de aula, a música como instrumento didático e histórico, é um meio louvável para abordar o tema proposto pelo blog.

sábado, 20 de agosto de 2011

UNEAFRO fornece cursinhos populares para comunidades

Para comunidades que pretendem organizar cursinhos populares, a UNEAFRO (União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora) estão auxiliando na organização de Cursinhos Populares Comunitários Preparatórios para vestibulares, ENEM e concursos.
Mais informações, acessem:

www.uneafrobrasil.org  

sábado, 13 de agosto de 2011

Educar para a diversidade

Em que pesem as preocupações de Paulo Freire de transformar lemas em "slogans" faço aqui minha profissão de fé na educação: tão simples e tão difícil. Simples, porque temos a consciência de que o compromisso com o ser humano e a crença na humanidade bastam para sermos melhores. Difícil porque o mesmo ser humano capaz de tantas coisas é por vezes vil e mesquinho. Mas a solidariedade é o melhor caminho. Explicitar as diferenças e amar o diverso é o melhor caminho. Querido alunos: estão no caminho certo: sonhem!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Começaram as aulas de nossos estagiários

Começaram as regências de nossos futuros professores! Em breve divulgaremos os planos de aulas e os resultados dos mesmos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pesquise no Baobá do Cerrado

Pessoal.

Tivemos quase 500 acessos em menos de dois meses de criação. Obrigado a todos os nossos visitantes.
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Lourival

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Eu gosto muito de estudar

"Meu nome é Lilian, tenho 16 anos e estudo na Escola João Dantas desde a 5ª série.
 Minha família é muito simples, nós nunca tivemos problemas sérios, só que sou filha de pessoas humildes, meu pai é pedreiro, mas no momento está trabalhando como servente. Minha mãe não está trabalhando agora, às vezes ela pega umas roupas de fora pra passar ou faz serviços como diarista em algumas casas e vende tapetes por 5 reais, que ela mesma faz. Tenho dois irmãos, um de dezoito anos que não está trabalhando, porque não serviu o quartel e não está conseguindo emprego por isso, mas ele vai resolver esse problema em agosto. Meu outro irmão é casado e não mora mais com a gente, ele trabalha em uma fábrica.
[...]

Eu não nasci aqui em Três Lagoas, sou da cidade de Valparaíso, interior de São Paulo. Lá nós também tínhamos uma vida simples, até eu completar uns sete anos nós morávamos numa fazenda, não se tinha muito que fazer ou brincar, eu era sozinha, ainda mais que eu e meu irmão brigávamos bastante, então era cada um no seu canto, não brincávamos juntos... Então o que eu mais fazia era assistir televisão.
[...]
A única escola que estudei aqui em Três Lagoas foi o João Dantas. Meu primeiro dia de aula foi diferente, eu sou muito vergonhosa e como não conhecia ninguém, não tinha nenhum amigo, fiquei no meu canto, sem conversar com ninguém. Às vezes um professor vinha conversar comigo, mas como sou tímida respondia meio sem jeito... Mesmo sendo tímida não tive problemas em fazer novos amigos na escola, me enturmei rapidinho, mas não encontrei nenhuma amiga em especial, como a Ana Carolina, aqui eu tenho vários amigos.
[...]

Nas minhas relações de amizade, teve uma vez só que passei por uma situação de discriminação. Já fazia um tempinho que tinha mudado pra cá, eu estava na 7ª série e fiz uma amiga lá na escola. Ela me chamou pra ir brincar na casa dela, depois da aula. Quando chegamos lá, sua madrasta disse que era melhor eu ir embora porque não tínhamos avisado a minha mãe que poderia ficar preocupada e por isso era pra que eu voltasse outro dia. No dia seguinte essa minha amiga me contou que a madrasta dela não quis que nós brincássemos, pois ela não gostava de gente da minha cor. Eu fiquei muito abalada com isso, ainda mais porque eu tinha acabado de fazer uma amizade. Nós duas não temos mais contato e desde que ela se mudou nunca mais nos vimos. Essa foi a única vez que aconteceu algum tipo de discriminação comigo.
Gosto da minha escola, já me acostumei com o jeito dos professores, converso com eles e não tenho problemas com nenhum aluno lá. Gosto muito de ir à escola, sempre acordo animada, claro que há dias que me dá preguiça, mas não tem nada que eu não goste na escola. Uma das minhas matérias favoritas é Química, não sei porque, mas me dou bem, ainda mais quando tenho que trabalhar com a tabela periódica, acho que é porque gosto de fazer experiências, já fiz até aquela que recicla papel.
 Se eu tivesse que mudar alguma coisa em mim seria meu cabelo, não é que eu não goste dele, mas às vezes não me dou bem. Tem dias que ele acorda bonito, mas tem dias que não, então eu acabo brigando com ele. É engraçado, mas é verdade, eu queria que ele fosse liso
É difícil falar da gente, mas se eu tivesse que me definir diria que eu sou uma pessoa legal, mas às vezes chata.  Sou nervosa e estressada ao mesmo tempo, ainda mais com coisas da escola, se tento fazer algo e não consigo, ai estresso, já saio rasgando folha, jogo caderno no chão, rabisco tudo. Pra essas coisas eu sou perfeccionista! Acho que minha maior qualidade é ser estudiosa, não sou muito trabalhadeira não... Mas gosto muito de estudar."





segunda-feira, 11 de julho de 2011

Grupo PET do curso de História convida: II módulo do projeto "Cine Clube"

Venha participar do II Módulo de filmes temáticos do
                Projeto de Extensão CINE CLUBE, com debates ao final 
de cada filme e certificados de 20 horas. Uma atividade
                 do Curso de História da UFMS/ CPTL, em parceria com o
                Departamento de Cultura da cidade de Três Lagoas. 

Maiores informações com o grupo PET- História “Conexão de Saberes”
             email: pethistoriacptl@hotmail.com  e o telefone: (67) 3509-3783

Foto do I módulo do projeto "Cine Clube" que ocorreu no 1º semestre de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um Baobá bar

Pessoal, mais sobre a árvore símbolo da África: Um Baobá bar.

Um Baobá bar na África do Sul

O início do projeto


O Projeto “História Oral de crianças e adolescentes negro(a)s: Subsídios para uma educação etnicorracial” foi iniciado na Escola Estadual João Dantas Filgueiras, em abril deste ano e já trouxe resultados significativos.
A parceria entre escola e universidade está presente desde o início, tanto que a primeira atividade para o desenvolvimento do projeto partiu do corpo docente, que escolheram duas turmas (Uma do Ensino Médio e outra do Ensino Fundamental) para que a equipe da universidade pudesse começar as atividades referentes ao projeto de extensão.
Aplicação da atividade Diagnóstica
Foram escolhidas pelos professores um 1º ano do Ensino Médio e um 7º ano do Ensino Fundamental. O primeiro contato entre alunos dessas salas e estagiários ocorreu por intermédio da aplicação de uma Atividade Diagnóstica, que tinha o objetivo de saber o que alunos consideravam a respeito de manifestações racistas e se eles a percepção de as identificar em textos presentes no cotidiano como música, literatura e jornalísticos.
Orientando alunos nas atividades
Com os dados da Atividade Diagnóstica em mãos, a equipe da universidade volta á escola para uma Atividade de Sensibilização, que consiste na exibição do documentário “Preto contra branco” de Wagner Morales, em que os alunos anotam suas percepções no comportamento dos participantes do documentário.
Exibição do filme "Preto contra Branco"
E ao fim, é passado para os alunos da escola um questionário de declaração de cor. Primeiramente nas salas que sofreram a intervenção da equipe e também nas outras salas em que não houve qualquer discussão sobre o assunto.
Equipe organizando as atividades
As atividades realizadas foram planejadas, organizadas e discutidas entre os alunos do curso de licenciatura em História da UFMS de Três Lagoas Lucélia e Marciana do 5º Semestre e Adonis, Josiane, Larissa e Paulo do 7º Semestre, com a orientação do Professor Lourival dos Santos.

Equipe de estagiários envolvidos no projeto

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Escola João Dantas Filgueiras


A escola estadual João Dantas Filgueiras, encontra-se em um bairro de Três Lagoas chamado Ipacaraí. Até pouco tempo, os moradores eram quase todos de baixa renda. Ultimamente, devido às transformações sociais da cidade, a classe média é maioria e seus filhos estudam em escolas da rede privada. Dessa forma, a escola acaba tendo como estudantes, em sua maioria, alunos de comunidades vizinhas em especial o Bairro Santa Luzia. Boa parte dos alunos tem pais iletrados ou semi letrados.
A escola atende adolescentes do 6º ano 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio. Os primeiros anos têm salas de aula praticamente lotadas. O número de alunos vai diminuindo conforme o aumento da escolarização e por isso as salas de Ensino Médio acabam menos numerosas, resultados da evasão escolar.
O quadro de professores demonstra boa articulação com a direção e coordenação, e há uma preocupação visível, por parte da equipe escola em diagnosticar os motivos de tamanha desistência por parte do corpo discente.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Poesia de Manuela Margarido

Maria Manuela Conceição Carvalho Margarido (roça Olímpia, Ilha do Príncipe, 1925 - Lisboa, 10 de março de 2007) . Conhecida como Manuela Margarido, foi uma das principais poetisa de São Tomé e Princípe.
Lutou desde cedo contra o neocolonialismo. Com sua poesia denunciou a repressão colonialista e a miséria em que viviam os são-tomenses nas roças de café e do cacau.
Morreu aos 82 anos em Lisboa, onde morava para divulgar o nome e a cultura de seu país. 


PAISAGEM

Entardecer... capim nas costas
do negro reluzente
a caminho do terreiro.
Papagaios cinzentos
explodem na crista das palmeiras
e entrecruzam-se no sonho da minha infância,
na porcelana azulada das ostras.
Alto sonho, alto
como o coqueiro na borda do mar
com os seus frutos dourados e duros
como pedras oclusas
oscilando no ventre do tornado,
sulcando o céu com o seu penacho
doido.
No céu perpassa a angústia austera
da revolta
com suas garras suas ânsias suas certezas.
E uma figura de linhas agrestes
se apodera do tempo e da palavra.


Mais informações sobre a Manuela Margarido, acessem: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/s_tome_princepe/manuela_margarido.html

Indicação de vídeo para trabalhar com Orixás na Sala de Aula

Para quem se interessar em trabalhar com Orixás de maneira didática, esse vídeo é simples e informativo, além de ser visualmente atraente.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Afirmação de identidade negra na poesia de Solano Trindade

Solano Trindade foi um poeta brasileiro preocupado com a questão de indentidade negra assim como  a difusão da história e da cultura afrodescendente.Foi ativista de vários movimentos negros e através de suas poesias mostra a importância da cor e da cultura do povo negro assim como a importância da sua identidade para o patimônio cultural.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

POR QUE BAOBÁ DO CERRADO?

Estamos em Três Lagoas, a quarta maior cidade do Mato Grosso do Sul, com cem mil habitantes, às margens do rio Paraná, na divisa com o estado de São Paulo. Quem vem de São Paulo para cá se espanta com a mudança da vegetação logo após o rio Paraná, sai mata Atlântica entra o Cerrado, ou que sobrou de ambas as vegetações.
O Cerrado seria algo semelhante à Savana africana (fazendo comparação grosseira). Solo arenoso, vegetação adaptada a grandes períodos sem chuva que ocorrem  aqui, com frequência entre novembro e março. Na África chove mais, por isso a vegetação é mais exuberante e permite a sobrevivência de grandes animais.
Aqui o Sertão Cerrado conhece forte expansão econômica, chegaram as indústrias e a cidade começa a viver as dores e as delícias do processo de modernização.
Estando nas bordas do Cerrado e pensando na semelhança da paisagem com a Savana africana pensamos no Baobá, árvore nativa de Madagascar  e símbolo do Senegal.  É importante para religiões africanas e afrobrasileiras.
Há exemplares no Brasil em Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e Mato Grosso.
Em o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry o menino preocupa-se com a existência de sementes da árvore que podem crescer e destruir seu asteróide.
Sua aparência majestosa impressiona (tem entre 5 e 25 metros de altura em média e cerca de 7 metros de diâmetro). Pode acumular até 120 mil  litros de água em seu tronco.
Representa o poder das culturas africanas e sua capacidade de enraizamento e generosidade.
A imagem abaixo é tirada do verbete da Wikipédia, onde  você pode encontrar mais informações:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Baob%C3%A1

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Blog

Este blog tem a intenção de relatar o trabalho de Educação etnicorracial que, estudantes do curso de História da UFMS de Três Lagoas, estamos desenvolvendo na Escola Estadual João Dantas Filgueiras,em Três Lagoas (MS).
A proposta consiste em unir o estágio obrigatório para a conclusão do curso de Licenciatura em História, com um projeto de extensão de pesquisa. Resultou que o Estágio se transformou em “estágio temático” quanto às questões etnicorraciais
A ideia foi muito bem recebida por professores e direção da escola. A união entre a escola e universidade, acabou indo além do estágio, o projeto de extensão intitulado: “História Oral de crianças e adolescentes negro(a)s: Subsídios para uma educação etnicorracial”, tem por objetivo fazer a História Oral de vida das crianças e adolescentes que estudam na escola e a partir delas identificar o processo de formação identitária dos jovens negros da cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, estado que valoriza a identidade mestiça de seus habitantes sob o adjetivo de “cidade morena” de sua capital.
Queremos também que seja espaço de troca de experiências entre a comunidade escolar do João Dantas, acadêmicos do nosso curso de História e outros internautas interessados na promoção da igualdade racial em nosso país.
Publicaremos dicas de leituras, vídeos e outros sítios na internet que nos ajudem a conhecer melhor a cultura e história africana e afrobrasileira. Trataremos também de cursos e experiências bem sucedidas na área.

Inserção na Prática da Escola Quilombola Antônio Delfino Pereira: Primeiros Passos

Alunos e alunas do 1º Ano "A" e "B" assistindo o filme do "Kiriku e a Feiticeira". Em resposta as ações...