quinta-feira, 13 de junho de 2013

De que negros estamos falando?

Com o intuito de quebrar paradigmas representativos sobre o negro ao longo da história, neste segundo bimestre de 2013, um novo projeto foi desenvolvido com os alunos dos 9º A e 9º C na Escola João Dantas Filgueiras, sobre as representações dos negros na África do século XIX e no Brasil atual. As atividades foram desenvolvidas durante as aulas de História e  o conteúdo se baseou no Neocolonialismo e imperialismo europeu na África.

Em termos gerais, o principal objetivo do projeto foi tentar quebrar a visão do aluno sobre o negro representado apenas como escravo. Para isso foram realizadas várias atividades em que os alunos tinham que desconstruir imagens e fotografias de pessoas negras, africanas e ricas do século XIX. A atividade disparadora se deteve em pedir para os alunos levantar hipóteses sobre quem poderiam ser essas pessoas, sem que eles tivessem algum tipo de contato com o conteúdo a ser estudado. O Resultado foi o que se esperava, inúmeros alunos escreveram que aquelas imagens representavam um negro depois da escravidão, com uma vida um pouco melhor, mas não com um status social elevado. A dificuldade em ver o negro fora desse papel de escravidão, foi algo extremante presente.

Em atividades posteriores, os alunos elaboraram perguntas sobre o que deveriam saber sobre o período para compreender a política, a sociedade, a economia e a cultura do século XIX para então entender quem eram aquelas pessoas. Essa atividade de pesquisa foi realizada em livros didáticos, revistas e internet, para que os alunos pudessem ter várias respostas sobre um mesmo tema.


Já na reta final do trabalho, com hipóteses levantas e pesquisas realizadas, os alunos escreveram um texto relacionando as características da África do século XIX e a vida dos negros voltando à visão para os benefícios e os negros enriquecidos. Para tentar modificar de vez a visão escravocrata do negro, como última atividade os alunos elaboram um painel intitulado “SOU NEGRO E SOU...” neste painel foram recortadas imagens de pessoas negras da atualidade com a profissão em que atuava. Como resultado, obtivemos muitas imagens de negros como artistas, modelos, lutadores, inclusive presidente e juiz.
Praticamente encerradas as atividades, pode-se concluir que foi uma experiência muito gratificante enquanto regente e espero que para os alunos também, pois além de garantir um aprendizado diferenciado, considero ser muito esclarecedora por permitir uma análise mais profunda sobre a visão do negro perante a história e a representação que isso causa nos dias atuais.



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