No dia 21 de Novembro ocorreu
na Escola Estadual João Dantas Filgueiras, do município Três Lagoas – MS, o 6º
Encontro da Consciência Negra contando com a participação de discentes e docentes
da universidade, equipe de alunos, professores e coordenadores da escola, com
visita também de pessoas da comunidade local e de outras escolas. Colaboraram na
organização do evento integrantes dos
grupos PIBID História e Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
Campus de Três Lagoas (UFMS-CPTL). Ambos os grupos trabalharam no decorrer do
ano com aplicação de sequências em diferentes turmas, com objetivos e atividades
diversas, mas também visando um produto parao dia da consciência negra, sendo
que algumas proposições foram as salas temáticas, apresentações de dança, apresentações
de capoeira, canções, entre outros.
Para entender a
importância da organização desse evento devemos rememorar alguns fatos. A
Consciência negra era antes comemorada no dia 13 de Maio, dia da Abolição da
Escravatura¹ (pela Lei Áurea implementada em 1888). Porém, desde a década de
60, este evento é comemorado no dia 20 de Novembro, dia em que Zumbi dos
Palmares (personagem histórico que representou a luta do negro contra a
escravidão), líder do Quilombo dos Palmares, morre em 1695. É necessário
celebrar este dia, principalmente nas escolas, pois trás à tona discussões
acerca da discriminação e o preconceito racial em sala de aula, o reconhecimento
da identidade negra, o conhecimento de sociedades e culturas africanas e
afro-brasileiras, bem como suas manifestações, as lutas e resistências dos negros
escravizados no Brasil.
Tanto no período
matutino quanto vespertino, o encontro teve início com um “bate-latas” dos
alunos na entrada da escola, organizado por três professoras Em seguida iniciaram-se
as apresentações, que consistiram em danças e os cantos de raps com letras
criadas pelos próprios alunos. O grupo “Abadá Capoeira” de Três Lagoas, do
professor José Augusto
Dias, o Baratta, fizeram uma apresentação de capoeira.
Vale ressaltar que o grupo dos acadêmicos Jefferson Rodrigo
(pibidiano/estagiário), Diego Ferioto (pibidiano) Renuza Gonçalves (pibidiana),
Daniel Carvalho (pibidiano) e Rafael Oliveira (estagiário), que aplicaram a
sequência “HIP HOP e o Movimento Negro nos EUA (1960-1980)” na 2º ano do Ensino
Médio, tiveram como produto final desta sequência a elaboração, pelos alunos,
da letra de um rap chamado “Proseando no rap” e uma apresentação de dança dos
alunos de break chamada “Breaking Beat” (com coreografia da pibidiana Renuza
Gonçalves).
Bate-latas e capoeira |
Alunos do 2º ano do Ensino Médio dançando break |
Grupo Abadá Capoeira |
Sala temática "Maquetes: quilombos, casa grande e senzala" |
Já no período
vespertino, diferencialmente do matutino, teve a apresentação dos alunos do 6º
A do Ens. Fundamental, em formato de coral, que cantaram a música “A batucada
dos nossos tantãs” do grupo Fundo de Quintal. Esta foi organizada pelo estagiário/pibidiano
Marcos Sanches, que aplicou nesta mesma turma a sequência didática “A favela
nos sambas do Brasil”, que teve como produto final a produção de textos pelos
alunos e a apresentação do coral no dia da comemoração da Semana da Consciência
Negra.
Alunos do 6ºA do Ensino Fundamental do período vespertino cantam samba "A batucada dos nossos tantãs" |
Após as apresentações foram
abertas as salas temáticas para que os visitantes pudessem “explorá-las”. Dentre
elas havia a sala “Maquetes: quilombos, casa grande e senzala”; a sala de “artesanato
indígena”; a que foi organizada pela turma do 2º A e o grupo PIBID-Letras
chamada “Eu tive um sonho...”, e as salas organizadas pelo bolsistas do Pibid-História
e estagiários do curso, junto às turmas em que aplicaram as sequências:
- Mancala: Sala
temática desenvolvida a partir da sequência didática “O jogo de Mancala e as
civilizações agrárias em África: o Egito Antigo”, dos alunos do 6º B do Ensino
Fundamental, que montaram a sala com a ajuda dos pibidianos Ana Paula, Caio
Alexandre, Eduardo Dianna, e Roni Stanckevicz, juntamente com o estagiário
Rafael Rezende.
Visitantes jogando Mancala |
- Religiões
Afro-brasileiras: Sala desenvolvida a partir da sequência “Religiões
Afro-braisleiras: A umbanda na sala de aula”, dos alunos do 6º C do Ens.
Fundamental, que montaram a sala com a
ajuda dos pibidianos Bruna Barros, Naiara Salvatierre, Isabela Hernandes
e Jorge Gomes.
- Máscaras africanas:
Sala desenvolvida a partir da sequência “O papel das máscaras entre os povos do
Reino de Kuba, estabelecidos no atual sudeste da República Democrática do Congo”,
dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, que montaram a sala com a ajuda dos
pibidianos Nísia Oliveira, Iara Souza, Luana Muniz, Iyuithi Sumi, Rafaely
Zambiando e a estagiária Mariely Zambianco.
Exposição da reeleitura das máscaras africanas |
Dessa forma, todas
essas atividades foram muito importantes, levando em conta que todos demonstraram
conhecimento da necessidade de combatermos o preconceito racial, da luta pela
igualdade étnica e inclusão social. Negar o racismo e contribuir para a invisibilidade da
população negra é perpetuar essa falsa ideia de “democracia racial”. Daí a
importância da comemoração do dia 20 de Novembro. Você pode compreender melhor
visitando a seguinte postagem site “Consciência Negra Raízes”.
¹ Para saber mais sobre
a mudança desta data comemorativa da história do negro no Brasil, do dia
13 de Maio para o dia 20 de Novembro, segue a postagem da “CartaFundamental”.
Por Rafaely Zambianco
Por Rafaely Zambianco
Nenhum comentário:
Postar um comentário