A sequência didática sobre o Hip
Hop começou na segunda semana de Agosto, na turma do 2º Ano do Ensino Médio. As
aulas ocorriam nas segundas e quintas no último tempo de aula do período matutino.
A equipe que elaborou e desenvolveu esta sequência foram os acadêmicos
Jefferson Rodrigo (pibidiano/estagiário), Diego Ferioto (pibidiano) Renuza
Gonçalves (pibidiana), Daniel Carvalho (pibidiano) e Rafael Oliveira
(estagiário).
O trabalho com a turma foi
excelente, não tivemos problemas com os alunos para que as atividades fossem
concluídas. Mostraram-se desde o início sempre interessados no tema, que ia
além da parte musical do Hip Hop. O diálogo com os alunos foi bastante positivo
para o trabalho, pois ao compreendermos suas dificuldades, já que muitos
trabalhavam a tarde, conseguimos planejar as atividades de forma a incluir
todos eles.
A sequência enfoca a história do
movimento músico-cultural conhecido como Hip Hop, que surge em meados 1970, e o
que ele representa. Assim, trabalhamos sua origem e seus desdobramentos até os
dias de hoje, observando as rupturas e permanências do movimento. Por ser um
movimento cultural dos grupos negros dos Estados Unidos, a história do
movimento encontra-se ligada a história deste país. Dessa forma, trabalhamos o
período anterior ao surgimento do Hip Hop, em meados da década de 1950 e 1960.
Essa história acompanha a luta dos grupos negros por direitos civis nos EUA, a
forma que resistiram e resistem até hoje, e as diversas formas de preconceitos
raciais.
Ao trabalharmos os valores do
movimento Hip Hop e seu significado para o grupo que o originou, evidenciamos
que as populações advindas de periferias e favelas não só possuem cultura, como
também a criam. Isso contraria o discurso transmitido tanto nas mídias, como na
própria instituição de ensino básico, que insistem em afirmar que pobres e
favelados não são capazes de possuir, muito menos criar cultura. O intuito de
trabalhar com esse tema não foi mero acaso, pois a escola é de periferia e seus
alunos também. Assim queríamos que os alunos pudessem ver a si mesmos, como a
seu lugar de existência, como sendo um importante lugar que possui e pode gerar
cultura.
Todo o trabalho encaminhou no
sentido de que pudéssemos discutir o preconceito racial sofrido por negros e
pardos em nossa sociedade. Valorizar um traço cultural destes grupos foi uma
maneira de buscar elevar a autoestima de crianças negras e pardas.
Ao final da sequência pedimos que
as crianças elaborassem letras de rap e uma apresentação de break. A
participação da turma para tal empreita, já que sobrou pouquíssimo tempo para
desenvolver essas atividades, foi imensa o que permitiu que no evento da Semana
da Consciência Negra, anualmente elaborado pela escola, pudéssemos ter duas
performance espetaculares demostrando os valores do movimento Hip Hop.
Alunos do 2º ano |
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