A sequência didática “Religões Afro-brasileiras” foi
realizada no 6º ano C, na Escola Estadual João Dantas Filgueiras, aplicada pela
aluna Bruna Barros (do quarto ano) e por Jorge Gomes do (primeiro ano), ambos
do curso de História. O foco da sequência foi a Umbanda.
Durante a aplicação da sequência, que tinha como
objetivos gerais resgatar a valorização da cultura negra através dos conteúdos
trabalhados, bem como o combate à intolerância religiosa, foi possível
analisar, através das atividades diagnósticas, o preconceito arraigado nas
crianças, estimulados pela falta de conhecimento sobre o tema e por conta do
próprio preconceito que a sociedade reproduz a respeito das religiões afro,
além do estranhamento quando se depararam com o diferente (a maioria dos alunos
são evangélicos).
Uma aluna em especial, que preferiu permanecer em
anonimato, nos informou que sua mãe era frequentadora de um centro umbandista
da cidade, mas não assumia justamente por conta do medo de sofrer preconceito
por parte dos colegas. Outro caso foi uma outra aluna, esta evangélica, que
quando os pais viram ela estudar em casa, a impediram de realizar a exposição
que haveria no dia da Consciência Negra na escola. Ela nos relatou com tristeza
que o pai não havia deixado, pois “o Pastor não permitira”.
No decorrer das aulas, utilizamos a sala de
informática, a fim de que pudéssemos realizar aulas expositivas sobre o tema,
ou seja, explicar o conteúdo histórico: onde surgiu a Umbanda, como surgiu, quais
os orixás da Umbanda, assim como explicamos sobre o sincretismo religioso (que
ocorre nessa religião). Para combater a intolerância religiosa, fizemos uma
leitura coletiva de um artigo que foi de extrema importância para que os alunos
refletissem a respeito da religião do outro e aprendessem a respeitá-la e
aceitá-la.
Como produto final da sequência, os alunos montaram
uma sala temática e se dividiram em duplas (para o evento que ocorreu na
sexta-feira -dia 21/11/14- durante a semana da Consciência Negra, nos períodos
matutino e vespertino). Contamos com a ajuda de mais duas bolsistas PIBID que
se integraram ao grupo desta sequência: Isabela Hernandes e Naiara Salvatierre,
ambas do quarto ano do curso de História. O objetivo era que cada dupla de
alunos explicasse aos visitantes da sala sobre um orixá e o santo que
sincretiza com o mesmo, bem como a cor referente à divindade, local de culto,
oferenda, características, curiosidades, etc. Antes que isso ocorresse, uma
aluna ficou responsável de apresentar a Umbanda aos visitantes para que ficasse
claro de que o tema da sala temática era esse e que estávamos expondo sobre a
Umbanda (pois há uma diversidade enorme de religiões-afro). Ao fundo, para
ambientalizar a sala, colocamos o álbum “Os Afro-sambas” de Vinícius de Moraes
e Baden Powell (cada faixa é dedicada a uma divindade, como “O Canto de
Iemanjá”, “Canto de Ossanha”, etc.).
O nosso trabalho foi primordial para desconstruir a
visão que os alunos tinham a respeito das religiões afro, aprender a aceitá-las
e respeitá-las. A legitimidade da afirmação se dá pelo fato de a maioria da
sala ser evangélica, ou seja, aquele preconceito que visualizamos nas primeiras
aulas foi diminuído, pois eles se dispuseram a apresentar aos visitantes a sala
temática, independente de sua religião, e mobilizaram conhecimento.
E-mails para contato:
brunabf_@hotmail.com
isabela.hernandes@hotmail.com
jorge_tertuliano@hotmail.com
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