“I am not myself” é o
título que introduz um livro em inglês, “African Masks: the Barbier-Mueller
collection” de Hahner-Herzog et al., sobre as máscaras
africanas, publicado em 2007 pela editora americana PRESTEL. Esta frase está
intrinsecamente relacionada ao nosso projeto sobre o papel das máscaras na
cultura de diversos povos africanos. A sentença contribui para pensarmos o uso
das máscaras como manifestações artísticas e culturais, como elementos de
tradição e para uso ritualístico.
É uma elocução curta,
mas de grande expressão que parte do pressuposto que, quando fazemos o uso das
máscaras, transcendemos a nós mesmos. Este objeto serve para que o indivíduo saliente
uma parte de si, e não apenas para esconder-se. Ou seja, libera-o para que seja
algo que quer ser e não para negar algo que ele seja.
Esta é uma discussão
importante para respaldar a sequência de aulas que um grupo dos pibidianos
aplicarão pela primeira vez na Escola Estadual João Dantas Filgueiras, da
cidade de Três Lagoas-MS. Pensamos comumente que o historiador trabalha com fragmentos,
com pistas, para construir hipóteses. Por isso, o que define o documento é a
pergunta do historiador, e é nos atendo a essa consideração que chegamos à
conclusão que é preciso colocar o aluno em contato com o documento (as
máscaras) e pedir que ele o interrogue e o investigue, pois é uma fonte
histórica passível de análise, e ao mesmo tempo é um instrumento didático para
a compreensão de determinados processos históricos.
Acima de qualquer
objetivo, visamos favorecer a compreensão dos alunos acerca do papel das
máscaras na tradição de alguns povos africanos e do povo Kuba em particular,
como parte de manifestações artísticas e culturais, por meio da análise de
máscaras. Desta maneira, valorizamos a autoestima dos afrodescendentes,
mobilizamos conhecimento histórico sobre as manifestações culturais africanas e
quebramos preconceitos relacionados à produção cultural africana.
Máscaras africanas |
Por Rafaely Zambianco
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