sábado, 29 de novembro de 2014

O Hip Hop e a História dos Negros nos Estados Unidos (1950 – 1980)


A sequência didática sobre o Hip Hop começou na segunda semana de Agosto, na turma do 2º Ano do Ensino Médio. As aulas ocorriam nas segundas e quintas no último tempo de aula do período matutino. A equipe que elaborou e desenvolveu esta sequência foram os acadêmicos Jefferson Rodrigo (pibidiano/estagiário), Diego Ferioto (pibidiano) Renuza Gonçalves (pibidiana), Daniel Carvalho (pibidiano) e Rafael Oliveira (estagiário).
O trabalho com a turma foi excelente, não tivemos problemas com os alunos para que as atividades fossem concluídas. Mostraram-se desde o início sempre interessados no tema, que ia além da parte musical do Hip Hop. O diálogo com os alunos foi bastante positivo para o trabalho, pois ao compreendermos suas dificuldades, já que muitos trabalhavam a tarde, conseguimos planejar as atividades de forma a incluir todos eles.
A sequência enfoca a história do movimento músico-cultural conhecido como Hip Hop, que surge em meados 1970, e o que ele representa. Assim, trabalhamos sua origem e seus desdobramentos até os dias de hoje, observando as rupturas e permanências do movimento. Por ser um movimento cultural dos grupos negros dos Estados Unidos, a história do movimento encontra-se ligada a história deste país. Dessa forma, trabalhamos o período anterior ao surgimento do Hip Hop, em meados da década de 1950 e 1960. Essa história acompanha a luta dos grupos negros por direitos civis nos EUA, a forma que resistiram e resistem até hoje, e as diversas formas de preconceitos raciais.
Ao trabalharmos os valores do movimento Hip Hop e seu significado para o grupo que o originou, evidenciamos que as populações advindas de periferias e favelas não só possuem cultura, como também a criam. Isso contraria o discurso transmitido tanto nas mídias, como na própria instituição de ensino básico, que insistem em afirmar que pobres e favelados não são capazes de possuir, muito menos criar cultura. O intuito de trabalhar com esse tema não foi mero acaso, pois a escola é de periferia e seus alunos também. Assim queríamos que os alunos pudessem ver a si mesmos, como a seu lugar de existência, como sendo um importante lugar que possui e pode gerar cultura.
Todo o trabalho encaminhou no sentido de que pudéssemos discutir o preconceito racial sofrido por negros e pardos em nossa sociedade. Valorizar um traço cultural destes grupos foi uma maneira de buscar elevar a autoestima de crianças negras e pardas.
Ao final da sequência pedimos que as crianças elaborassem letras de rap e uma apresentação de break. A participação da turma para tal empreita, já que sobrou pouquíssimo tempo para desenvolver essas atividades, foi imensa o que permitiu que no evento da Semana da Consciência Negra, anualmente elaborado pela escola, pudéssemos ter duas performance espetaculares demostrando os valores do movimento Hip Hop.
Alunos do 2º ano


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